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domingo, junho 01, 2008



Jefinho e o Aroma

Eu detesto me tornar repetitivo, não é verdade, eu adoro repetir principalmente porque por mais repetitivo nunca é a mesma coisa, um mesmo tema sempre é mar infindo de possibilidades e probabilidades, os acontecimentos me ocorrem e preciso tornar mais ou menos vivo pela pena digital, para auto prazer intelectivo e claro concessão daqueles que aprenderam a ver a vida com olhos hora mais suaves,brandos e hora, mais densos e pesados em um equilíbrio vacilante tal qual é a vida humana, ao menos para alguns.
Ele chamava-se Jederson mas por questão de estética logo seria cunhado de Jefinho, afinal em termo de nomes tem certos pais devem ser inspirados pelo demônio, a única justificativa plausível e são casos de internação, porque por mais tradicional que seja o nome da família por vezes dar o nome to tataravô, do pai, do antepassado sei lá eu da onde, é um atentado mais que terrorista que faz corar qualquer escriturário de cartório,como o serviço é gratuito, bem, tudo pode e o bom senso tira férias, assim registrou-se Jederson que a elegância e bom senso dos amigos diminuíram o desgaste do horrendo assim ficou Jefinho, pois não era muito grande fisicamente,ligeiramente obeso com um cara de bolacha arredondada grossas sobrancelhas , é verdade, a natureza não o tinha ajudado muito alem do nome, mas isso tudo são meros detalhes do acaso o qual muitas vezes não temos escolha, as situações vão acontecendo e quando nos vemos somos atores coadjuvantes de um filme que nem sabemos o nome ou quando começou!
Mas desde tenra idade quando começou mais ou menos a se dirigir, uma estranha mania começou a surgir nos seus comuns hábitos, a principio mais parecia uma frescura transitória,então a situação foi ficando realmente muito dramática e densa, e como certas coisas em nossa vida que começam de brincadeira e aos poucos ganham corpo e por fim transformam-se em estranhos monstros pessoais, bizarros, esdrúxulos e extravagantes manias de ser.
Cada vez que Jefinho ia ao banheiro defecar baixava ritualmente a calça e sentava-se ao vaso, assim que tinha inicio o processo e o aroma se irradiava pelo ar então começava a tontura de Jefinho, náuseas, assim que seu próprio cheiro atingia suas narinas ele ficava absolutamente tonto a ponto de desmaiar, eu entendo que este cheiro realmente não é dos melhores mas infelizmente/felizmente é humano, mais que humano é o suor também, o acordar pela manhã com a cara amassada e cheio de remelas e babado em alguns casos, uma sujeira limpa por estranho e contraditório que é, mas nos conduz aos aspectos de nossa simples humanidade, como uma poesia insubstancial onde contextualizando o nobre se torna feio, o horrendo torna-se belo o borrado torna-se obra máxima, o suor em corpos que amam torna-se a amalgama de véu emocional, poesia molhada e salgada lembrando um mar sem fim enquanto dure o prazer, amar, asfixiar-se ...(isso foi um momento poético que se intrometeu em um cheiro horrível que eram as fezes de Jefinho ...),mas voltemos a ele, então ficava tonto com uma maresia e em breve instante desmaiava, então sua família já pegou de praxe que ele deixasse a porta destrancada do banheiro, mas isso acabou que não dava muito certo para outros, afinal o ato de fazer suas necessidades é algo muito particular e com a porta escancarada todos participavam daquele aroma fétido isso foi até um dia que a mãe de Jefinho tiveram uma idéia genial, uma idéia que iria se perpetuar pela vida de Jefinho inclusive quando estivesse casado. Mãe de Jefinho vendo que o problema todo era o aroma, pegou um lenço em sua cômoda e o único perfume bom que tinha em seus guardados era o leite de rosas, não teve duvida, untou o lenço com leite de rosas e pediu a Jefinho que fizesse um teste com a porta é claro trancada!
Jefinho sentou-se no vaso com o lenço colado a seu nariz e com agora tranqüilidade conseguiu fazer suas necessidades relaxado e sereno luarizado pelas rosas de verão! Ao sair do banheiro fora recebido com palmas e abraços orgulhosos de seus familiares, eo olhar feliz de sua mamãe que dera a solução do problema, e nunca mais na vida de Jefinho faltou o aroma das rosas, ainda que tudo em sua vida literalmente estivesse uma mer...!
Pudéssemos viver o aroma das flores, do carinho dos ventos, e da luz das estrelas, pudéssemos cantar a silenciosa musica das emoções diáfanas e simplesmente sorrir um sorriso puro e sincero como quem saúda a paz e oportunidade de viver.

As vezes do mau cheiro se extrai poesia.
Paz e luz em teu caminho.
Luis Fabiano.

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