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domingo, maio 25, 2008



Actus Sacros

Tenho para mim que existem coisas que realmente não se discutem ainda mais quando se trata de algo preferencialmente pessoal, afinal todos temos nossas predileções baseados nas mais variadas situações, o que de alguma forma não quer dizer que seja algo autentico ou verdadeiro,mas dependendo é claro do móvel que nos conduz, por vezes amistosamente, por outras tantas aos empurrões grotescos da existência curiosamente, ante tais situações sempre preferi calar pois como natural portador também de minhas maluquices,como eu, um Zé ruela vou afrontar indiscretamente a maluquice alheia?É questão pura e simplesmente democrática.
Então me calo, reservando para a quietude da pena e aos contos que tanto me movem em singulares historias de estranhos personagens que diga-se de passagem são tirados da mais pura verdade que a vida pode nos mostrar, a realidade por vezes é tão fantasiosa que me apiedo-me da ficção!
Foi assim que naquela manhã Aurora acordara,feliz e profundamente solitária em seus domínios que não eram amplos mas eram o suficiente para a dignidade de sua existência, naquela manhã feliz realmente sentia-se uma rainha, e estranho mas por vezes mesmo sem que nada de especial esteja acontecendo em nossas vidas terminamos por descobrir satisfação e grandeza nos mais simples fatos da vida, alma que reflete serenamente paz e sentimento de integração a vida. Assim despertou Aurora naquele dia com tal satisfação,ela era muito religiosa todos sabiam não chegava a extremos mas tinha lapsos de uma fé quase inabalável, gostava de falar de exemplos onde se sobressaem a grandeza da alma humana ainda que por vezes tal grandeza seja assim mais de nossas colocações que em fatos sustentadamente verdadeiros, costumo dizer que as coisas não são aquilo que são, mais ou menos aquilo que é com toda certeza para toda qualidade inolvidávelmente sempre existirá o efeito Judas ainda que por vezes ele não esteja personificado em uma pessoa é em nós mesmos...deixemos para lá.
Como era de praxe Aurora levantou-se e ia começar a proferir sua oração matinal a primeira das três que sempre fazia, quando abriu a boca para dizer: Ave Mar...
Uma forte cólica intestinal lhe arrancou do pedaço do céu que começava desfrutar, então pensando de si para consigo mesma bem terminaria a oração primeiro...e mais uma vez...Ave Maria chei...e novamente dor aguda fazendo correr para o vaso sanitário e trancar a porta, quando por fim baixou a roupa e sentou-se confortavelmente e ansiosa deu caminho para seu alivio imediato o qual não entrarei em detalhes não por elegância ou discrição é que me falta literalmente papel higiênico neste momento então por hora deixemos nos aspecto virtual digital latente.
Enquanto estava no vaso sanitário Aurora recordou onde havia parado e seguiu sua agora mais aliviada oração, Ave Maria cheia de graça...(cabe comentar que o ar ambiente estava com o ar nauseabundo pois de suas entranhas algo não agradava ao olfato).
Então seguindo talvez as orientações de Jesus que afirmava que quando fizéssemos nossa oração nos recolhêssemos sós e me silencio e ali fizéssemos na quietude reservada, Aurora aliava o ideal com o perfeito pois sempre considerou o banheiro um local sagrado e naquele dia embora com todos os contra sensos da alma ali estava em seu oratório secreto e como não seria?Afinal para que algo seja sagrado e secreto é necessário que os outros apenas façam uma idéia do que se passa mas certeza jamais,aquele dia o banheiro tornou-se mais que sagrado.

Toda alma tem suas reticências talvez algum limite ou fronteira de sua irredutibilidade, isto nunca é bom ou mal é apenas expressão marcante de sua individualidade.

Paz e luz em teu caminho.
Luis Fabiano.

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