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quinta-feira, março 27, 2008


Gratidão aos Inimigos

Muito longe de fazer o que prescreve o Cristo e todos os outros mestres de sabedoria que deram um pouco de luminosidade a este mundo, não falamos aqui de perdão evidentemente, como pode haver perdão quando nem sequer a ofensa?
Quem se deixa ofender é que precisa de desculpas, perdões e outras tantas colocações de natureza “Divina”, costumo dizer para os chegados que para mim nunca devem pedir desculpas ou mesmo me agradecerem, não gosto disso, de minha parte não me incomodo em fazê-lo uma vez que considero a educação, não nenhum principio moral nisso alias em muito aspectos a moral sempre é um belo fingimento, mas isto é outro assunto...
Com o coração completamente expungido de todo e qualquer interesse secundário, sincero mesmo, talvez como raramente eu seja aqui neste espaço, mais dedicado a meus exercícios pessoais, minha ruminação mental, que qualquer outra coisa, entre tantas conversações e aprimoramentos naturalmente aqui devo mencionar a importância de todos os meus inimigos que não são poucos (não preocupem-se, deixarei o nome de fora....), com toda certeza as pessoas mais importantes ,que mais cooperaram para meu aprimoramento, burilamento pessoal,mental e espiritual.
Minha profunda gratidão a todos os antigos, os novos e futuros inimigos, sua sinceridade me cativa e expõe de maneira crua minhas debilidades e me tornam por assim dizer algo melhor, perdoar aos inimigos ? Claro que não, apenas me tornar melhor que eles já é suficiente, eis a vitoria real, quando o inimigo não perturba nossa razão e emoção é porque por certo ele já faleceu em nosso interior portanto não há mais inimigo,nem ofensa e nem sequer perdão!Em outra perspectiva isso não deixa de ser amor manifestado, porque quando algo não nos transtorna mais deixa de existir o conluio da provocação e do provocado, fica apenas uma das partes que terá de haver consigo mesmo, com sua consciência e nada mais, solitário combate de ti para contigo mesmo, boa sorte!
Naturalmente parece uma parábola Zen, mas não é muito, embora nos calores das emoções, nas ofensas ditas e não ditas, dos que se enrodilham como serpentes traiçoeiras e silenciosamente tramam a tua ruína, lições preciosas que nunca e jamais amigos poderiam verter para minha alma, dentro da grandeza ou baixeza de cada um o merecimento devido na dimensão dos valores.
É estranho como o “amor” faz caminhos excêntricos, por vezes inimigos são mais carinhosos conosco de uma forma subjetiva que todos os amigos de minha vida, por vezes chego mesmo a questionar,amigos e inimigos são um bom fiel de uma balança o qual irá pesar nossa benesse e nossa ruína.
Os amigos são onde saciamos nossa sede e cansaço, paramos a refrega brevemente para aurir mais forças, mas nossos inimigos são o buril, que lasca-nos,rompendo com nossos padrões e nos expondo aos sentimentos que não queremos sentir, os odiosos e repugnantes aspectos da vida, da nossa vida, de nossa personalidade mais patológica, é isso que os torna criaturas insuportáveis, esta é a exposição que machuca, machuca orgulho, vaidade, futilidade a nossas pequenas emoções que colocamos em grau superlativo,mas qual a real importância mesmo ?
Qual a melhor maneira de saber-se oque se é, do que não se é, senão expondo-se a luz do meio dia, tuas luzes e sombras ? Conheci gente muito piedosa, que quando faltava um real no troco por erro do caixa, fazia alço descomunal de seu fisco pessoal, a elegância por vezes cansa-se de simular para si mesmo...e evidentemente tropeça no salto alto,e temos um desfile de um trambolho humano, ironicamente, mas sorria afinal quem já não tropeçou nos próprios pés?

Paz e luz em teu caminho.
Luis Fabiano.

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