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quinta-feira, março 27, 2008


Condição da Condição !

Era de se esperar, vivia sempre apresentando manifestações patológicas, quando não era uma era a outra doença, quanto então curava-se de outra, sempre existia uma terceira, bem, era de se imaginar, afinal tinha todos os pré-requisitos para a doença, era um tipo endógeno, retraído, nunca assumia seus reais desejos e vontades, gostava de ser assim, entendia que a educação deve prevalecer sobre toda paixão e taras, então guardava aquilo em seu peito, mas até quando faria?Era um pouco de cada um de nós.
Freud, sorriria para ele e certamente diria que não passava de um vitima de si, de seus instintos mais primitivos, se é que assim pode-se referir, com toda certeza, um instinto livre por si mesmo leva-nos a ruína mas seu contraponto também, uma prisão para a imbecilidade latente é um veneno que irá irrigar lentamente nossa alma e corpo a procura de sua válvula de escape, as vezes é por vias normais, doutras, aquele pequeno câncer ou outra patologia qualquer que aparece em lugar ermo e insólito, aqui começa o drama de tua vida amigo.
A eterna briga de tua intrínseca realidade com a pseudo-realidade aceita da condição-regra de se viver, onde asfixiado por medos, preconceitos, moral e toda esta parafernália criada para controlar-te, para adoecer-te e para te tornar um e apenas mais um, seria exagero de minha parte?Porque não tenta ser diferente?
Desculpe talvez você nem saiba o que é isso...
Não quero entrar em questões de normalidade, por ser isso sempre é muito perigoso, pessoas normais me assustam, elas são tão educadas, certinhas, politicamente corretas,amam ao próximo e outras tantas outras qualidades que me faltaria espaço para citar,tão sociais e e éticas que quase funcionam em tese e intelectivamente apenas.
Bem então estas pessoas entram em suas intimidades, e permitam-me agora ser básico, primitivo, grotesco talvez como se deve ser, tais pessoas entram em suas intimidades, nas quatro paredes de seu quarto, e então expõe ao outro(companheiro(a)) parte do que são,e em grande maioria não expõe nem ao outro o que são verdadeiramente, pelos aspectos já mencionados, guardam sua “chaga” a sete chaves, coisas que nem eles gostariam de pensar que sentem e desejam, e por favor não me diga que não tens tais pensamentos, que você tem vergonha até de pensar que os tem, vamos, fique a vontade estamos só eu e você aqui,abra-se, aqui não haverá proibições ou julgamentos de forma alguma, neste momento sou o demônio bom literário chamando você para o pecado, aquele pecado que você sempre quis fazer e lhe faltou tudo para cometer.
Tire agora sua máscara e exponha seu rosto nu a luz deste luar, liberte sua tara, sua fantasia, sua loucura pessoal, tudo é permitido neste instante, afrouxe seus grilhões e assuma-se, evocando do porão profundo teus pesadelos ou sonhos, eu te entendo, sei daquela voz bem baixinha que te tenta e que resistes a toda custa buscando mecanismos de moralidade para evitar o “dano” ou dane-se, não te admiro por isso, até quando vais fingir para ti mesmo? Quando o medo do pecado torna-se maior que o pecado é por certo que o pecado torna-se maior ainda, pois irá acumular-se em tua alma até não mais teres forças, delírio, divagação, improbabilidade ?
Não sei, por certo conseguirás controlar-te até o fim dos teus dias sem nunca ver-te como és, sentir-te como és ou fazeres o desenhos mais bizarro da tua alma, e achas que por abafar um braseiro crepitante a chama esta extinta? Tão simples assim?
Será que afogar a consciência é suficiente para deixá-la em paz? Deixar calado é deixar em paz? Esquecer é deixar em paz ?
É pelos desvios da não assunção que caímos literalmente em outros desvios compesantórios, na vã tentativa e aliviar o fiel da balança, não é isso? Sempre assim uma oscilação ondulante, tentando viver na zona mais segura de nossa mente, de nossos condicionamentos em uma torcida que tudo de certo e que sejamos felizes para sempre, que nunca sejamos descobertos.
Já não adoecia mais, cedeu, olhava agora para aquelas nádegas exuberantes, aqueles lábios provocantes que lembravam tantos outros lábios, aquelas longas e esguias pernas...agora já não adoecia mais, sentia-se livre e isso era apenas o inicio...

Dedicados aos aprisionados que jazem no fundo do teu coração.
Aos querem ver a luz.
Paz e luz em teu caminho.
Fabiano.

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