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segunda-feira, julho 09, 2007

Andrei e Pedro

Lembro deles de a muitos anos atrás quando cursávamos o colegial, se minha memória não falha estávamos na quarta série, estudávamos pela manhã, éramos grandes mais ou menos amigos, bem na época eu confesso que os admirava pois eram muito inteligentes, perspicazes, bem vocês sabem aquelas pessoas de acuidade mental acima da média, bem, eu claro não era uma dessas pessoas, mas não deixava então admiravar, mas Andrei e Pedro não se davam, não se suportavam, havia entre eles já em tenra idade uma disputa imbecil de egos,(do tipo quem é o melhor) é impressionante como pais e nossa sociedade nos inspiram isto, todos querem estar ao mesmo tempo no topo da montanha.
Besteira.
Então eu conversava hora com Pedro e em outro momento com Andrei, porque juntos os egos ficavam tão grandes como catedrais, tão inteligentes e tão frágeis, na época não conseguia entender isso(a o que as pessoas chamavam de esquisitices de pessoas dotadas), foram vistos várias vezes trocando murros, por que? Mas todos os respeitavam porque suas notas eram as mais elevadas no colégio, bem, eu sempre tirei seis ou sete, mas confesso que não estudava também, nunca pegava nos cadernos ou mesmo sabia o dia das provas, eterna briga com meus pais.
Sempre achei que professores não tinham muito pouco para me ensinar, fora ler,escrever e fazer algumas operações matemáticas, o resto era mera decoração, suficiente para ser aprovado, no fundo acho isso até hoje.
O tempo passa, e esses dias encontrei Pedro na rua, e então curioso que sou perguntei, e aí Pedro como estás? A aparência dele não era boa, parecia cansado, envelhecido embora tenhamos a mesma idade. Ele narrou-me que tinha dificuldade de acertar-se na vida, tornara-se um advogado criminalista, e me deu seu cartão, disse a ele esperar nunca precisar de seus préstimos. Perguntei se ele ainda tinha aquela mente prodigiosa, sua resposta foi parlamentar, quando se convive muito tempo o lixo não se precisa inteligência, precisa-se de camuflagem. Sorri para ele, eu havia entendido na integra seu dito. Me contou que sua vida emocional torna-se um desastre, confessou ter sido traído pela mulher, mas que a perdoara, afinal ele tinha sido muito descuidoso com ela, disse que ele entendia sua fragilidade, embora no dia que ficou sabendo da história quebrou a casa inteira, de raiva de si mesmo. Olhei nos seus olhos, e percebi-lhe a tristeza, é a vida toma as vezes caminho esquisitos, disse-lhe que lembrava dele no colégio, de nossa razoável amizade e da sua rixa com Andrei.Ele sorriu amarelo, e disse:espero que Andrei tenha tido mais sorte.O assunto torna-se um chumbo, e era hora de ir embora, apertei-lhe a mão e desejei-lhe toda paz no caminho.
Digo a você que fiquei pensando em tudo aquilo, tanta inteligência desperdiçada, uma vida complicada, sim realmente as pessoas não são movidas pela inteligência diz um psiquiatra amigo meu, são movidas pelo fervilhar de suas emoções primitivas, a inteligência é gota de orvalho em um caldeirão de óleo fervente, para maioria de nós não faz a menor diferença.
Pensei com meus botões, Pedro realmente tinha razão, eu espero que Andrei tenha tido mais sorte.

Aos eternos e fervilhantes caldeirões emocionais, feitos de pedaços humanos.

Luís Fabiano.

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