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terça-feira, abril 03, 2007

Desejei fitar o teu rosto ansiosamente, Beleza Sutil e Divina, e despedacei, com mãos ansiosas, todos os véus que te cobriam.
Quando os meus olhos lograram encontrar tua face, não descobri o colorido que se perde no poente, mas fui surpreendido com a palidez do raio de luar, debruçados numa úmida folha de lótus.
Havia um nácar na pele, tão diáfano, que receei vê-lo diluir-se, queimado pela fogo de minha visão.
E agora, que sei possuir tua face a frescura da virtude, não cobiço possuir-te para mim, detendo tua jornada.
Ainda existe muito calor nos meus desejos, para ser aplacado.
Quando os vencer, nesse dia ,serás tu Musa Divina, quem , soprando tua flauta de cana verde, arrancará, com vento de musica, os panos de minha cegueira, e contemplarás os olhos que voltarão a brilhar.

Rabindranath Tagore

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