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quinta-feira, janeiro 25, 2007

Nó na garganta

Nau que navega, a tempestade se aproxima, os ventos tornam-se mais fortes, e as vagas impetuosas chocam-se a estibordo, os passageiros sentem o movimento, o medo, a ansiedade, a dor, meu peito aperta, que irá acontecer?Vamos morrer? Que barulho é esse?Algo vai acontecer? O tempo era eterno naquele momento, cada segundo não se escoava, por que isso não passa de uma vez?Vamos sendo consumidos gradualmente, lentamente mesmo, fogo brando dos alquimistas, transformando o chumbo em ouro, esta é então chamada a grande obra, de velhos magistas.
Sim amigos, a vida às vezes é assim, é dor, mas nada é absoluto, é uma sensação de que o oxigênio falta e o peito dói, mas no interior deste laboratório psíquico-emocional onde estas emoções borbulham, implodindo coisas, dando curso a outras, mas sobretudo a aprimorando o que é, purificando.
Sentimentos perdidos, ilusões desfeitas, responsabilidades opressivas, dores que não nos pertencem mas a aqueles a quem amamos.
O problema não é de fato o nó da garganta, como uma gravata feita de correntes, mas sim a nossa atitude em relação a isto, queremos fugir da dor a todo custo, ledo engano amigos, ainda para dor física é certo, a anestesia é uma benção, mas para as dores da alma, agulhas hipodérmicas não bastam, temos de ir fundo na auto confrontação, sem medo, sem culpa, o que é relativamente difícil, pois todos os mecanismos de interpretação da vida advindo de filosofias limitadas ou cristãs funcionam assim. A culpa é essência do auto-martírio, a nossa enganosa esperança que a culpa purgue nossas falhas em relação a nós e ao mundo. Nada feito.
Para a real mutação, devemos ser algo isento, processos isentos de culpa, então a verdade aparece. Como garimpar o ouro, ir fundo, realmente “sujar-se” com as impurezas e com muito trabalho ir se alimpando, deixando o real surgir.Ouro em fim.

Paz ao coração.

Fabiano.

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