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sexta-feira, novembro 17, 2006

Razão imprevista
O inesperado como elemento de aperfeiçoamento da ação humana.

Talvez um dos mais graves problemas da inteligência do homem seja o seu desespero por buscar uma ordem racional para guiar sua própria vida. Alimentamos a crença na possibilidade de ter o controle cuidadoso e planejado de tudo que deve acontecer para nós. Muitos de nós, talvez a maior parte mesmo, acreditamos piamente nesta possibilidade, de que seja possível programar a felicidade ou o sucesso na vida humana.
É fácil perceber, no entanto, que estamos muito longe de ter qualquer influencia decisiva no andamento de nossa sorte neste mundo. Nosso destino parece seguir um rumo próprio, cujo controle está para além de nossas capacidades, escampando a qualquer programa pré-estabelecido, mesmo quando julgamos te-lo atado em nossas mãos.
Uma grande e muito complexa organização parece unir nossos destinos aos de uma infinidade de pessoas, produzindo como conseqüência um emaranhado de oportunidades.Quando pensamos estar entendendo para onde nos leva a vida, acontecimentos inesperados costumam aparecer para apresentar-nos novas perspectivas com o poder de alterar todo o equilíbrio das forças que governam nossos pensamentos e nossa capacidade de deliberação.Numa fraca de instante somos capazes de abandonar todo o projeto de vida para nos lançar numa imprevista aventura que modifica de forma definitiva nossa vida.
O fato é que não existe uma vida racional. Não há um modo de viver que deixe os acontecimentos perfeitamente previsíveis e controláveis.Todos nós apreciamos muito nossas semelhanças mas tornamo-nos distintos por nossas diferenças, e não podemos viver como se fossemos perfeitamente iguais a outra pessoas. A racionalidade que tomar o parecido idêntico, o aproximado exato e fazer a vida humana fria e descaracterizada.
Não vivemos para atender fórmulas intelectuais, mas para responder dinamicamente a provocação dos fatos, criando soluções a medida me que os problemas e oportunidades se manifestam.A busca da previsibilidade em nossa vida nos torna criaturas sem alma, incapazes de enfrentar nosso próprios limites e desafios.Uma vida planejada nos colocaria a salvo do erro e da responsabilidade pelos resultados de nossos atos, mas nos privaria de nossa única esperança de progresso e evolução, que nunca acontecem se não houver um desejo de romper barreiras, uma ânsia de fugir ao usual para encontrar nossos estímulos entre os fatos que nos cercam.

Carlos Eduardo – Sociedade Teosofica

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