Pesquisar este blog

quarta-feira, outubro 25, 2006

Fundo da retina

Há alguns anos atrás eu rapaz inexperiente e com muita vontade de aprender e entender algo um pouco a mais sobre a vida, não queria simplesmente me limitar e crer que a vida é só que o mundo ou as pessoas como um todo imaginam que seja...esta modorra simples de passar pelos dias, cotidianamente letal.Assim conversava com meu amigo Quatro e me dizia ele:
- Olhe, eu estava pensando que cada pessoa vê, enxerga, entende somente o que deseja ver e geralmente de forma excludente, podemos colocar uma figura de caracteres indefiníveis, abstratos ou mesmo de coisas definidas, e magia aparece, para uma pessoa será algo sem graça, para outra será algo parecido com alguma outra coisa, ao entendido de arte serão traços que traduzem coisas da alma... e por aí vai, vemos a vida ,as coisas e pessoas exatamente como sentimos a vida, para o místico será harmonia das esferas, para o pornográfico tudo serão vaginas, seios ou pênis, para o inseguro tudo será uma eterna dúvida e nada será exatamente como é...talvez não seja verdade.
O problema amigo não é o objeto visto, mas a interpretação do mesmo que se dá nas entranhas da alma, aí amigo quem será capaz de julgar? O que sente, pensa ou vive?Que instrumento será usado para pulsar tais percepções? Nada a fazer. Raras pessoas conseguem abstrair-se de si próprias e ver as coisas da vida com simples bom senso sem que suas enfermidades estejam ali presentes na concatenação das idéias, agarradas como sanguessugas lançando anátema e envenenando o princípio basilar.
Quatro falava e eu escutava, não concordava com tudo pois isso não fazia e não faz parte de minha personalidade, questiono até os ossos...talvez seja isso, talvez devêssemos nos questionar mais, empurramos sempre a questão para o outro, sempre é o outro o errado, o carrasco, o mal, o demônio como uma entidade viva e exterior criada para justificar nossa derrocada como ente humano.
É tempo de olhar com outros olhos tudo e sobretudo a nós mesmos atualizarmos nossas anacrônicas, siliconarmos a mente e fazer uma plástica nas emoções.

Abraços a todos.

Nenhum comentário: