Pesquisar este blog

quarta-feira, junho 14, 2006

Um enigma

Sempre tivera muitos sonhos,mas poucos os realizados,varias vezes vira ruir por terra seus mais audaciosos planos e a isto lamentava,apiedava-se de si com sofreguidão,quase shakespeariana encenação,sofria é verdade,mas porque queria, como grande parte da humanidade que finge não querer sofrer,mas em verdade adora assistir ao sofrimento em sinal digital 5.1! Vivia na mais indiferente ironia e por vezes adoecia,mas curava-se e logo estava em condições mais favoráveis a patologia,de certa forma me repito,adoramos a patologia, fazemos dela nosso comercial subconsciente da auto-piedade tentando confranger almas incautas no doce prazer incensar a doença.Nada porem deve ser absoluto,a doença que antecede a exteriorização da chaga purulenta vem da alma.
De paixões recalcadas,de medos não assimilados,de frustrações relevadas,amores perdidos e peso extra...
Os antigos Alquimistas medievais procuravam a Panacéia universal,capaz de curar o corpo de tal forma que ele não adoecia jamais e vivia eternamente, desvelando o símbolo mítico descobre-se, que a verdadeira Panacéia é a SABEDORIA,filha do amor,ciência e da maturidade do cerne, para adquiri-la é necessário ser alquimista saber transformar chumbo em ouro.E para tanto,temos de repetir o mesmo processo de purificação inúmeras vezes,incontáveis vezes.
Seguia a vida assim,tinha intenções boas é certo,mas permeadas de suas concepções secas e antropomórficas,lembro que ela gostava de Jesus o salvador,e de Buda o iluminado,e dos Mestres de Sabedoria,de Maomé e todos que pudessem de alguma forma salva-la de si mesma.Mas boas intenções não bastam ,se assim o fosse o mundo teria tomado outros caminhos,é necessário sacrifício,é necessário imolar-se,puro e sem intenção alguma subjacente,a não ser deixar o sublime ato de entrega a vida.
Não há redenção externa,há auto-conhecimento,se não há auto-conhecimento...Quem você é mesmo? Ravindra dizia, “ao aproximar-se de outro ser humano,aproxima-te com generosidade, pois dentro dele há uma guerra.”
Um bom feriado a todos, toda paz,toda luz e todo amor.

Luís Fabiano.

Um comentário:

Anônimo disse...

Nesse mundo simplista, de pessoas óbvias a procura de prazeres passageiros e sensações egoístas, cercados de medos, de memória e imaginação fica fácil cada vez mais enrolar-se nas teias da ilusão...e depois disso como reconhecer-se?

"No prazer físico existe o medo da decadência, na posição social existe o medo do esquecimento, na riqueza o medo da miséria, no poder o medo dos adversários, na beleza o medo da velhice, na erudição o medo dos opositores, na virtude moral o medo dos enganadores, na companhia o medo da solidão, e no corpo o medo da morte. Tudo neste mundo associa-se ao medo, somente a "renúncia" nos confere o "sem medo"." - Rei Barthrirahi


Carla