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quinta-feira, janeiro 26, 2017

Poesia Fotográfica



Turista



Eu pago a passagem com o teu olhar
Me assento em tuas dobras mais frágeis
Espero o serviço de bordo
Que sempre vem...
A viagem segue simples como se não tivesse relevância
Vamos conhecendo
Como a ferrugem conhece o ferro
O câncer a célula
Impressionantemente tudo parece tão belo e fácil
Ambos acreditamos
Diversão
Prazeres
Risos a meia noite
Chego ao destino
O coração bate e respiramos
Mas já chegamos entende?
Chegamos
Chega.

L.F



sexta-feira, janeiro 13, 2017

Perola do Dia - o tempo destrói tudo





"Porque o tempo destrói tudo.
Porque alguns atos são irreparáveis
Porque o homem é um animal.
Porque o desejo de vingança é um sentimento natural. Porque a perda de um amor destrói-nos como um relâmpago.
Porque o amor comanda a vida. 
Porque toda historia escreve-se com sêmen e sangue. Porque as premonições não alteram o percurso das coisas.

Porque o tempo revela tudo. 
O pior e o melhor "IRREVERSIVEL É TAL FORMA FORTE, DE TAL FORMA DOMINADO, ATÉ DE TAL FORMA BRILHANTE, QUE NOS PÓE O CORAÇÃO E A CABEÇA DO AVESSO".



                                    Gaspar Noé.

segunda-feira, janeiro 09, 2017

Tudo acaba



"o FODA é que tudo se deteriora, tudo se corrói
amor se corroí, as pessoas se corroem e de certa forma tudo vai se tornando comum...
e quando se torna comum, ja era, ja acabou mas nós acreditamos que não".

L.F

terça-feira, janeiro 03, 2017

O pode te salvar





O que não queremos pode ser
Um inimigo no topo nos observado
Sorriso falso com promessas falsas
Tudo ficará bem

O que te salva
Serão as tetas magicas de uma deusa imaginada
Quando o conforto não vem
Aquela porrada que você antecipou
Do sangue não foi teu
Tua ausência presente
A presença ausente

Poderá ser a bunda linda transbordando fantasias
Entre o risco que se que corre
Saber o que fazer quando o bicho pega
É o desespero sem desespero
O que salva é tua raiva de deus

E saber da tua solidão imensa, profunda e inescapável
O que pode te salvar são as merdas renegadas a meia noite
Beijos não dados
E fodas mal-acabadas
Se escapar ileso a tudo é porque não funcionou
Porque

Cicatrizes são mais belas
Que a pele lisa inerte
Vazia, mas que se safou...


L.F

domingo, janeiro 01, 2017

Uma virgula da realidade





Nada mais óbvio que o ano novo
Isso, renove tudo
Renove esperanças e verdades
De um lustre na vida ao menos de mentirinha
E tudo vai ser novo sim...
É besteira eu sei e você também...
Nada a mudar, ao amanhecer 2017 você ainda será você mesmo
Fique tranquilo
Sorria cinicamente como sempre e toque sua vida
Por um breve momento
Entre tudo que berra e festeja
De uma pausa entre goles de cerveja
Talvez você se ouça
E de alguma forma estará feliz
Não nada mudou mesmo
Tudo é a mesma merda
Será sempre você e apenas você
Aproveite este breve vazio.


LF

quinta-feira, dezembro 29, 2016

segunda-feira, dezembro 19, 2016

Sempre o Velho-Como ser um grande escritor

Como ser um grande escritor


Você tem que trepar com um grande número de mulheres
belas mulheres
e escrever uns poucos e decentes poemas de amor.

não se preocupe com a idade
e/ou com os talentos frescos e recém-chegados;

apenas beba mais cerveja
mais e mais cerveja

e vá às corridas pelo menos uma vez por
semana

e vença
se possível.

aprender a vencer é difícil -
qualquer frouxo pode ser um bom perdedor.

e não se esqueça do Brahms
e do Bach e também da sua
cerveja.

não exagere no exercício.
durma até o meio-dia.
evite cartões de crédito
ou pagar qualquer conta
no prazo.

lembre-se que nenhum rabo no mundo
vale mais do que 50 pratas
(em 1977).

e se você tem a capacidade de amar
ame primeiro a si mesmo
mas esteja sempre alerta para a possibilidade de uma derrota total
mesmo que a razão para esta derrota
pareça certa ou errada

um gosto precoce da morte não é necessariamente uma cosa má.
fique longe de igrejas e bares e museus,
e como a aranha seja
paciente
o tempo é a cruz de todos
mais o
exílio
a derrota
a traição

todo este esgoto.
fique com a cerveja.
a cerveja é o sangue contínuo.
uma amante contínua.
arranje uma grande máquina de escrever
e assim como os passos que sobem e descem
do lado de fora de sua janela

bata na máquina
bata forte

faça disso um combate de pesos pesados
faça como o touro no momento do primeiro ataque
e lembre dos velhos cães
que brigavam tão bem?
Hemingway, Céline, Dostoiévski, Hamsun.

se você pensa que eles não ficaram loucos
em quartos apertados
assim como este em que agora você está

sem mulheres
sem comida
sem esperança

então você não está pronto.
beba mais cerveja.
há tempo.
e se não há
está tudo certo
também.


Obs: Bukowski eu considero meu verdadeiro pai, sua literatura, mudou minha vida, mudou o meu olhar sobre o mundo, passei a ver melhor vc e a mim.
Me sinto melhor, mais livre talvez, minha fé no homem se foi, deuxes foram imolados, e verdades deixaram de ser absolutas, na real a vida passou a ser o instante, uma fotografia congelando o tempo que não volta jamais.Obvio não me tornei escritor.

L.F

quarta-feira, dezembro 14, 2016

sexta-feira, outubro 21, 2016

O Retorno de merda ao Futuro


A vida por vezes é fragmento melancólico, abandonado onde vicejam lembranças, boas ruins e refazem um breve reflexo sobre o valer a pena ou não a existência...

Por hoje me sinto mais tranquilo, como um animal que talvez está mais domado, mas sereno, e olhado as pessoas nos olhos... alguns poucos que merecem.

Como pensar que em tempos atrás, uma fúria indômita dormia dentro de mim... o tigre por ora deitado e observando o vazio. Creio que não preciso atacar mais, ao menos desta forma, não preciso ferir mais com a frieza de sempre. Sim isso ainda é assim, sou um homem de pouquíssimas emoções, ainda bem, vou sentir falta de quase ninguém.

Um botão aciona e desaciona e tudo volta, é uma certa forma de ver e interpretar. Sempre penso que minha mente é simples demais, despida de artificialismos, de complexidades, de dramas fajutos e encenados... e naturalmente nada afeito a lagrimas.
Eu prefiro assim, é mais humano mais limpo.

A tempos atrás, seria capaz de brigar, como briguei de Marcelo, por causa da buceta de Viviane... sim, lembro que queria mata-lo...  Creio que só não aconteceu porque algumas pessoas interviram.

Quando me olhei no espelho depois de tudo, gostei muito do que vi... olhar dilatado, suor a bicas nas têmporas, cheiro de sangue e sovaco, rosto sangrando, nariz inchado, as mãos machucadas de bater no rosto de Marcelo... puta que pariu me senti muito vivo e sinceramente achei que matar poderia ser uma possibilidade do futuro.

Como uma sombra, tais pensamentos sempre me espreitam...quando algo sai do lugar. Marcelo nunca mais tornou a falar comigo, dizem que o tempo é foda por isso... ontem passei por ele na rua, e todo o pensamento retornou, parei onde estava, o coração disparou, lembrei da linda Viviane, e achei que iriamos brigar, talvez até a morte novamente com dignidade. Mas não, essa é a merda do tempo, Marcelo me viu e me cumprimentou como se nada tivesse ocorrido.
Livrou-se do passado?

De tipo ser humano de merda é esse, que se livra do seu passado? Nada disso meu irmão, nunca livre-se dos teus traumas... eles te salvam de outras merdas da vida. Nada aconteceu e nada é pior, quando nada acontece.

L.F.


quarta-feira, outubro 05, 2016

segunda-feira, setembro 12, 2016

terça-feira, setembro 06, 2016

Um pouco de Deus


Mister Robot pensando alto...





quinta-feira, setembro 01, 2016

O Retorno do Mestre


Bom que o Mestre Pedro Juan retornou... isto acalentou minha alma, salve Pedro.Me sinto melhor.


Meus inimigos eram a família, o governo, a religião. Nesta ordem. Mas na vida real era impossível me livrar da família é muito difícil, quase impossível, escapar das medidas de ordem e de controle do governo que se autodenominava ditadura do proletariado. 
Mas se livrar da religião era mais fácil. Em última instancia, esses três poderes tinhas propostas repressivas que fodiam minha vida. Não roubaras, não mentiras, não fornicarás, não, não, não. E que eu queria, roubar, mentir, fornicar com mulheres e com tudo o mais que agradasse. O que mais tarde incluiu algumas bezerras. Minha proposta era sim, sim, sim. A única regra que me interessava era quebrar todas as regras. Sendo assim, desobediência total”.


 






Pedro Juan Gutierrez –

Livro – Fabian e o Caos - 2016


Em fim Setembro

Quando o Setembro chegar...


segunda-feira, agosto 29, 2016

quarta-feira, julho 27, 2016

TETAS DE ELISA

TETAS DE ELISA

A vida é simples
Por vezes doentia ao mesmo tempo
Assim somos Elisa eu
Ela ali jogada e nua
Era uma poesia maldita e linda
Éramos amantes vagabundos e a espera de nada
O marido de Elisa, doente e do mal...
Pessoas doentes também são do mal
Eu não sentia culpa, de certa forma entendo que ele merece toda a traição
Fez Elisa passar por poucas e boas
Abusou dela
Maltratou
Filho da puta

Então fudiamos sempre que possível
E a felicidade se fazia assim
Entre goles de alguma bebida qualquer
A filha de Elisa havia crescido
Mas ela ainda dava de mamar a criança
Coisas estranhas
Costumes incomuns
Não me importava com isso
Nunca me importo com nada
Porque eu chupava aquelas tetas enormes
De onde vertia um leite sem gosto e quentinho no meu rosto
Eu era um pequeno filhote

Um vaso de paixões sem macula
Um vagão de ternura, pecado e caos
Nos olhávamos com calor
E sem palavras nos agarramos
Com fome e febre
Animais
Animais
Animais
Nos devoramos com requintes de loucura
E tudo era tão maravilhoso
Beijos convertendo-se de mordidas
Carinhos transformando-se em tapas
Afagos metamorfoseando-se em unhas afiadas
Tudo molhado e com cheiro maravilhoso de sêmen, sucos vaginais e merda
O cheiro ácido do leite morno e sem gosto...
Quero morrer
Quero que ela morra
E ambos morremos...
Quando gozo tenho a impressão de morte
Desfalecido e jogado...
Voltamos ao nada
Satisfeitos
Como a vida medíocre é.

L.F




domingo, julho 24, 2016

quinta-feira, julho 07, 2016

“Phototextografia” 03

Faço o mesmo caminho sempre, todos os dias, deixo o carro no estacionamento e vou em direção ao trabalho, então me deparo com uma senhora que faz a limpeza urbana. Sim todo assim, ela escuta sempre alguma canção no celular sentada a beira da escada de uma casa, um intervalo merecido.

Ela está sentada a hora que passei, vi suas botas sujas, a calça cinza e o traje alaranjado que faz parte do uniforme, celular nas mãos sem fone de ouvido, uma canção sertaneja toca, percebo sua mão bem cuidada, unhas pintadas de vermelho, ela não sorri tem uma expressão distante olhos castanhos e pintados dizem tanto, parecia que não queria estar ali, parecia tantas coisas.

Dilema de sonhos, riscos de um futuro e marcas viscerais de um passado de gloria. Queria saber mais, queria saber de sua história conhecer-se. Ela agora arrumou o cabelo dentro do boné laranja ergueu-se e voltou a sua faina com uma vassoura na mão, era tanto em tão pouco.


Luís Fabiano.

domingo, julho 03, 2016