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domingo, abril 12, 2020

Domingo de Páscoa | Relatos da vida real (003)


Domingo de Páscoa

Relatos da vida real (003)

A verdade é ruidosa como uma serra elétrica em uma madrugada de quarentena por causa de um vírus maléfico. A serra segue cortando e cortando.

Minha mãe acorda já com os fantasmas flutuando em sua mente. Sou acordado por uma arrumação na casa, barulho de sacolas plásticas amassando e sendo arrastadas.

Tenho uma dor de cabeça maldita, o whisky que bebi em boa quantidade parece que fez seu trabalho, tive uma noite de sono feliz entre agonia entre sonhos malsãos. 
E agora isso?

Procurei não preocupar com os barulhos pois afinal não era janelas se abrindo...você sabem janelas são sempre muito muito piores.
Respirei fundo, a porta fechada eu estava ali na cama, para não perder o costume, dou uma boa cuspida na mão e mesmo em tempos de quarentena continuo com uma ereção maravilhosa e matinal.

A sacolas continuam a ser a amassadas, eu fecho os olhos calmamente, vou lembrando de ótimas pessoas, e vou tocando no pau, expondo bem a cabeça pra fora, forçando e arregaçando ele com um pouco de força...que da bela sensação, o cheiro de pau melado mais meu cheiro de suor pelos dias...formam conjunto que faria Mozart rezar para esferas harmônicas. Vou movimentando a pele do pau...esticando o máximo o prepúcio, ele esta roxo...escorre uma baba gostosa com aroma ótimo, consigo ficar fazendo isso por muito tempo até que me canso e dou uma longa ejaculada, os jatos alcançam facilmente meu peito, uma pena não poder gritar por causa da mãe, cinco jatos longos bem molhados e quentes, aquela moça do Santander faz falta. Que gozava cachoeiras, que gostava de procurar moedas, que tinha uma bunda fantástica e estanha a qual adoro. Putaria e poesia matinal, mas como esquece-la?

As malditas sacolas se arrastam para lá e para cá, estou bem, limpo a porra nas cobertas e estou pronto para levantar. Abro a porta minha mãe está juntando roupas nas sacolas, visto uma camiseta e ai pergunto pra ela:
- Ei...que ta acontecendo??

Ela para assustada responde:
-To juntando as coisas pra ir pra casa...
-Bah que casa que tu vais?
-A minha...
-E onde fica?
-Fica...fica...fica...lá...
-Fica aqui onde estamos não né?
-Pois é...
-Então seguinte, guarda tudo isso já que estamos em casa mesmo né?!

Olho para o quarto dela, um caos tudo fora do lugar, o cheiro de mijo no ar, respiro fundo meu domingo está começando assim. Ela se mija e fica guardando silencio eu preciso ir descobrindo as coisas aos poucos.

A quarentena ta fudendo todo mundo.
Impossível ficar nesta prisão domiciliar e pensar que tudo esta bem.
O dia agora começa a se organizar. Minha mãe piora a cada momento, a casa esta repleta de fantasmas e criaturas que vagam em sua totalidade no pensamento dela nesta coisa esquizofrênica que ela mergulha dia a dia.

Eu falo com minha irmã sobre a situação, mas ela parece ignorar ou acreditar na cura, mas tenho meus proprios planos, infelizmente quando nada mais funcionar.

Você sabe que não existe cura alguma, é uma maldita escada para baixo.
Respiro, minha mãe agora fica por horas conversando com alguém que lhe promete coisas, lhe diz coisas mentirosas e ela acredita.
É uma luta que não tenho como vencer, e olha que normalmente nunca sou derrotado.

L.F


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