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terça-feira, junho 24, 2014

PARTE II - Rei das Bucetas, verdades duras, falso amor e reconciliando-se com o diabo




Rei das Bucetas, verdades duras, falso amor e reconciliando-se com o diabo.

PARTE II  

Dizem que depois da tempestade vem a bonança, porra será?
Por muitas vezes tenho dúvidas disso. Nunca é tão tranquilo assim, muitas vezes é profundamente alucinante, me sinto vivendo em uma montanha russa eterna... coisas vem, coisas se vão. Ganho amigos e perco outros tantos... sim, perder é algo que sou especialista, não é uma reclamação mas apenas meu estilo.

O Rei diante de mim, veio até mim e abraçou como um pai abraça um filho. É bom reencontrar amigos. O bar volta ao normal, musica começa novamente, as mulheres tornam a dançar e agora a noite estava tranquila novamente, a paz dançava entre nós:

- Porra Fabiano... achamos que tu tinhas morrido filho? Porque tanto tempo de afastamento? Porque tu é um cara, que se morre inesperadamente, a gente só fica sabendo uns dois ou três anos depois... e sabes que a casa tem apreço por ti...

Sentia-me bem-vindo. Raros lugares abrem as portas para mim desta forma.

-Foi mal Rei, é que andei ai envolvido em uns problemas, a vida não é tão fácil, coisas a minha volta se complicam e a idade tu sabes que é uma merda...a idade que faz é trazer alguma experiência e fuder o corpo... ele começa apresentar problemas...é isso..

O Rei senta-se ao balcão comigo, um Almir Guineto toca, uma morena com uma bunda grande vem dançar próximo ao Rei e a mim. Ele sorri com satisfação, a saia dela balança naquelas nadegas moles...é assim que gosto, uma bunda meio molinha...ao som do samba.

-Sim filho sei como é... mas cuide-se e tudo vai dar certo. Comigo ainda nada aconteceu... acho que o criador ou próprio demônio tem outros planos pra mim...
-Esses caras sempre tem outros planos rei...basta você resolver algo e um deles fica contra você...

Fico olhando para bunda da mulher rebolando suavemente próximo a mim...esse é o meu fraco, sorri pra ela suavemente ela retribui o sorriso, mas falta-se dois dentes dianteiros, uma fresta feita de vazio e escuridão em um boca promissora. Nem todos tem todos os dentes, e isso agora não importava, o rabo dela era a quinta sinfonia, ao menos vestida.

-É importante filho ter um bom mecanismo de troca com os dois... preste atenção, nunca desagrade totalmente um ou outro, porque ai ele viram de costas pra você. Compense-os... seja bom algumas vezes... seja mal outras vezes, isso mantem o equilíbrio do planeta, a terra sem o mal viraria uma planetosfera de idiotas... e sem o bem tornar-se-ia o caos desmedido.
Reflexões da madrugada maldita, mas o Rei é assim. Esbanja saúde e inteligência apesar do seus mais de setenta anos, ele come muitas mulheres, mantem a piroca e mente afiadas. Penso em mim... certamente não chegarei a esta idade, e isso realmente não é importante. Um segundo, dois dias ou três anos...o que é isso?

Aquele rabo acabou me excitando. Sou fácil, tive vontade de conhecer o gosto, o cheiro e os líquidos daquela mulher desconhecida e desdentada, sou um fudido feliz. O amor é possível se você abre mão de algumas cosias...só assim.

Então sem palavras, a desconhecida rebola próxima a mim, lentamente passando a bunda em meus joelhos, o rei sorri. O consentimento a putaria é uma espécie de perdão do diabo, não te da paz... mas não te acusa de porra alguma.

Fico naquela, o álcool já havia feito o trabalho mais duro, me sinto relaxado e pronto para o vier...a foda das estrelas, sorrisos desdentados e bucetas sedosas...é disso que a vida é feita? Não?

Como um tornado rompendo a merda toda, Jussara entra rugindo e tem na mão uma lamina, num piscar de olhos, caos e gritos, Jussara veio para me matar definitivamente. Ela rapidamente acerta um soco na mulher que dançava nas minhas coxas, ela não teve a menor chance, esta diante de mim e aponta a faca pra mim agora:

-Seu filho da puta... eu te avisei seu porra... de hoje não passa...

Salto para trás, derrubando tudo no chão, bebidas bancos e cadeira...estamos frente a frente... o Rei fica olhando a situação. Estranhamente não tomou posição alguma... será que o lance do mal me incluía neste momento?
Jussara tem sangue nos olhos e lagrimas também... um redemoinho de emoções...

-Eu te falei Fabiano...tais fudido cara...hoje é o teu juízo final...seu filho da puta....

Ela tenta me acertar... mas visivelmente não tem habilidade com uma faca nas mãos. Você acha que é pegar uma faca e atingir o alvo? Ledo engano, se não for de surpresa você pode se dar mal.
Estou ligado... e certamente não morrerei de facada. Todos no bar ficam olhando a situação, Jussara furiosa era uma poesia destruidora e encantadora. Cabelos crespos desgrenhados, um vestido decotado nos seios mostrando a sua apoteose, olhar ferino... era uma cadela maravilhosa.

No chão a morena da bunda grande vai se erguendo e saindo de cena... e então o rei decide dar um basta naquilo...mas Jussara retruca:

-Não te mete Rei... sabe como é...hoje é o dia dele...esse puta vai se encontrar com o diabo...
-Hoje não é dia de ninguém porra nenhuma... e deu desta merda Jussara...me dá a faca! Vamos...
-Não rei, não te mete nisso...
-Não tem essa de não te mete... larga essa merda...Jussara...

Jussara investe contra o Rei... e num momento de desatenção dela eu consigo pegar o braço da faca... e a seguro pelo pescoço. Agora havia acabado a brincadeira toda...
Como uma fúria descontrolada, tudo aquilo havia me aborrecido muito. E o algo que havia em mim adormecido agora acordava da maneira que eu não gostava que fosse.

O bar está um caos... todos gritam... o Rei grita, Tonho grita, o samba é silencio...bebidas derramadas no chão... Jussara vocifera e chora e dentro de mim uma raiva vinda do Tigre... então ele ainda vive... em mim? Havia tanto tempo que ele não despertava... estou vivendo no limite e temo que o futuro o solte  e então...

Deita caos em vestes negras
Beijo com dentes afiados...
Abraços de navalha
Caricias que machucam
Vertigem melancólica das dores
E o romper de sonhos em danos...
Rugindo em uma noite sem estrelas
Descendo o corte, o machucado e a vastidão do nada

Agora eu seguro Jussara pelo pescoço forte, a faca tomba no chão... tenho em mim o desejo de matá-la, como já aconteceu em outras vezes... é um impulso caótico totalmente sem controle, é como se eu não respondesse por meus músculos, eles fazem a dança do instinto e farão o que tiver que ser... uma pequena voz longínqua fala em mim... e não consigo escuta-la... Jussara começa a ficar sem ar em minhas mãos, e ela nunca teve tão linda assim perto da morte... olhos arregalados como se tivesse visto o diabo... a pulsação forte, babando em minha mão...a beleza do caos desfila... olhos do desespero pedindo clemencia...mas não há...

Então o Rei pula sobre mim, me agarrando pelo pescoço num mata-leão indefensável... eu acordo do transe que entrei... percebo que tudo está errado... que é preciso parar...é preciso parar Fabiano...para Fabiano... para...
Segue....

Luís Fabiano.

Segue infelizmente...



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