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quinta-feira, maio 29, 2014

Cu Largo



Cu Largo

Eis a humanidade digna de pena...
Elevando desejos democráticos
No afago dos calhordas
A luz e do grito dos idiotas semeados no horizonte
Tal pensamento bailou em seu íntimo frágil de ferida...
Quando ao cagar, ela percebeu o que depositou no vaso
E num olhar sereno de espanto
Imaginou a merda viva...
Como era grande
Ainda que o cheiro fosse uma hecatombe
Eis a estranheza humana...
O dar-se conta filosófico
O satori hediondo

Então com alma de um Sherlock
Foi enfiando os dedos no próprio cu percebendo a textura cremosa...
As mulheres nunca tocam no próprio cu assim... cagado...
E seus dedos bailarinos...foram entrando um a um...
Entrando
Entrando
Um
Dois
Três
Quatro...
Mas o dedão se negou...
Então percebeu sua verdade como uma doença revelada...
O seu cu era imenso...
Um cu muito grande...
O conhecer-se é essencial...
Você se conhece assim?
Um cu guloso
Rasgado e abençoado
Num sorriso vertical do demônio
Portal dimensional do prazer

E ela teve orgulho da abertura
O trauma converte-se em infâmia
A infâmia sedenta de prazer
E desde então...passou a exibir o cu para suas amigas(os)...
Rindo quando elas reagiam reprovando
Porque assim como seus cus eram fechados...
Estreitas eram as suas almas
Que não chegariam aos extremos da existência
Teriam a vida pastel
Feita de sonhos comuns
Verdade comum
Final comum
É isso que você deseja?

E jamais tocaram a verdade nua pois
Isto é o que esperado ditatorialmente
Nos músculos morais que sociedade pinta...
Mas ali naquele sanitário
Convertido em templo...
O resultado converteu-se em virtude
Fazer do resultado
A felicidade
E ainda que nada aconteça
Deve-se estar em paz.

Luís Fabiano.


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