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quarta-feira, agosto 28, 2013

Pedras, xoxotas, sambão e um pouco de merda - Final.




Pedras, xoxotas, sambão e um pouco de merda

Parte final.

Lembrando...

Trabalhadores, pedreiros, pintores, lixeiros, domesticas, gente que se fode dia a dia não para viver mas pra sobreviver, e que na sexta-feira, exorciza os seus demônios. Boa gente.
Eu era um estranho naquele ninho...mas eu sou um estranho no ninho onde quer que eu esteja. Eu acostumei.

Estamos sempre procurando a irmandade de deus... mas que porra...não somos inocentes encontrando inocentes, somo criminosos cúmplices de um crime... um crime que não fazemos a noção que cometemos. Inconsciência, inconsequência, ignorância, uma belicosidade silenciosa como vermes nas entranhas do peito. Mas também fodam-se, eu não iria resolver o problema da paz mundial... não sou candidato a miss nem algo parecido...
Fui procurando espaço entre a multidão.

Por vezes muita gente me assusta, mas me sentia a vontade a ali... uns dançavam, muitas mulheres, cheiro bom de humanidade, que é um cheiro meio sujo... um dia de trabalho, suor, fritura, urina, um pouco de esgoto e banheiro congestionado perfume barato, tudo misturado. Respirei profundamente isso. Uma lufada existencial quase bestial invadiu minha intimidade. Consegui chegar ao balcão.

Um velho comia um patê de porco e tomava cerveja, outro comia torresmo com cachaça. Excelente mistura, me senti tentado. O atendente parecia indiferente a tudo:

-E ai amigo... que tem pra beber?
-Gelado cara?
-É pode ser...
-Nada. A cerveja chegou ainda pouco e tá meio quente... mas também ta frio né...há,há,há
-Tudo bem... traz ai.
-Você que sabe...

Ele trouxe aquela merda, de uma marca das mais horríveis. Pensei comigo: “esse é o jogo...”
Fiquei tomando aquela porra no balcão. Meu olhar passeava, agora com o devido combustível, eu estava afim de sacanagem.
Sou assim...deixo as coisas irem surgindo aos poucos. O sambão animado, Almir Guineto tocando, e todos cantando junto num coro desafinado. Então fiquei de olho numa linda mulata. Parecia ser muito poderosa...se é que vocês me entendem. Fazia o tipo de mulher que gosto... grande, bunda grande, coxas grossas, com barriga e ficava requebrando aquela bunda imensa na frente... e de vez enquanto olhava pra traz. Sabia o material que tinha. As mulheres não gostam que eu fale assim... mas a verdade é que: somos animais... você não consegue ver as emoções ou pensamento das pessoas através do corpo... tudo vemos inicialmente é o corpo e como signos do ocultos, feromônios... a dadiva a oferta...o que você tem a oferecer? O que eu tenho a oferecer a você? Animais e negar isso...me parece falta de humildade.

Sorri pra ela...e a safada retribuiu...começava a me sentir bem. Então como imãs fomos nos atraindo magnetismo boca do lixo. Ela mexia aquela bunda... eu encostado no balcão, éramos vulgares ao extremo. Ótimo. Ela vestia aquela calça justa de náilon, marcando muito a calcinha minúscula... e ela veio vindo lentamente. Ela gostou de mim e eu dela. Puta merda como eu gosto disso. A vida feita de olhares e desejos. Tanta conversa por vezes atrapalha tudo...me sentia um touro, ela era a minha vaca premiada, eu era o cão, ela minha cadela... onde tudo aquilo nos levaria? Não sei, só aquilo já tava bom. Foda-se.

Então ela chegou junto ao balcão... a música estava terminando...ela ainda balança aquela bunda linda. A apoteose dos desejos inflamados em mim. Toquei no meu pau que estava duro. Tudo música. Então...a música para e ela estava ao meu lado:

-Princesa... a tua bunda é linda...

Ela me olha...eu esperava o pior.

-Hummm tu gostou negão?
-Sim...ela é um poema, uma nona sinfonia...
-Já me disseram muita coisa da minha bunda... mas que é um poema nunca....(risos)

Ela sorriu...isso é bom.

-Tenho vontade de te ler por completo... ler todos os teus poemas e sinfonias...
-Então lê amor...lê tudinho…eu deixo...

Então como autômatos das cavernas...nos beijamos em meio à multidão... minha língua entrelaçou-se a dela... rostos colados, lagartos apaixonados, ela explorava a minha garganta e eu a ela...um beijo que incendiaria oceanos de tristezas e incendiaria cruzes do apocalipse. Agora tudo poderia não fazer mais sentido algum... que sentido?
Que merda... que porra... a vida... foda-se eu, foda-se você, foda-se a humanidade.

Trouxe ela junto ao meu corpo...acariciando aquela barriga linda, o velho do torresmo comenta: Olêlê...mas que beleza...(ouço risos...laterais).
Quando nos desgrudamos...o mundo girava, ela sorria, algumas pessoas nos olhavam...e o sambão recomeçou animado... eu tava afim de tira-la de lá o mais rapidamente possível... mas ela queria dançar mais.
Bebi mais daquela cerveja quente horrível e depois bebi mais um pouco, depois comecei com a caipirinha dela, e ali começava a minha “oração”... e em seguida eu estava dançando pagode com ela... juntinho, exatamente como eu detesto. Mas esse é o cortejo da merda existencial... é a dança fudida do acasalamento.

Eu bêbado danço até balé, depois de um pouco alcoolizado. Tudo começava a fazer sentido. Até aí eu nem o nome dela eu sabia. Creio ser melhor assim. Como cúmplices do crime, não deixamos testemunhas ou endereços. A noite avança...agora já passavam das quatro da manha...o bar começava a dar o ar de cansaço, como um estivador alquebrado depois de um dia daqueles... as pessoas iam embora devagar... nos matos e carros, ouvia-se alguns gemidos...o prazer. Então peguei a negra pela mão...e disse:

-Vem...

Ela não disse nada, veio doce como uma puta encantada.
Entramos no kadett... começamos a nos beijar loucamente, deixando as mãos passearem para todos os lados... suas tetas grandes e macias...muito grandes...fui arrancando sutiã...e o bico negro e muito grande estava agora em minha boca... eu era um bebê do mal sugando aquela teta linda...ela gemia alto...e depois gritava besteiras...” me mama, meu chupa filho da puta me chupa meu filho, me come...”aquele bico preenchia minha boca...lindo...fomos tirando a roupa... a estas alturas, já não queria ir para lugar algum mais...eu a queria...minhas mãos foram para dentro da calça justa dela... encontrando uma xoxota grande...peluda e muito molhada...dois dedos entram rapidamente dentro dela... tiro os dedos...e coloco na minha boca, o gosto dela é forte....molhada, molhada demais...uma mulher desejando toda a putaria possível, é como uma santa desejando os milagres dos céus.

Ela veio pra cima de mim...como uma leoa, abriu o zíper...e começou uma mamada linda...a beleza original da poesia irretocável, ela sugava com força, queria arrancar meu pau do origem... dedos dentro daquela buceta linda...grande...engolidora, ela jorrava prazer...um liquido viscoso com cheiro forte o gozo, um gozo intenso, a maneira de gozar que algumas poucas mulheres conseguem...raras alias... então ela sobe em cima de mim...e fode, fode e fode como uma cadela no cio...a mulher original. Gosto de desejos intensos... todos eles... gosto do ódio original, gosto da raiva autentica, do amor sem segundas intensões... senti que poderia morrer ali mesmo...e por algum instante desejei morrer mesmo... nos braços de uma puta desconhecida.

Tudo já teria valido a pena. Somos animais...ela esfregava aquela xoxota a base do meu pau...uma esfregação gostosa quase tão boa quanto uma penetração (nunca esfregou a buceta no pau? Então faça...) tudo ficando molhado...minha roupas, o banco do carro...os gritos e gemidos da desconhecida...uma loba uivando...meus uivos...vidros embaçados... pessoas rindo lá fora...escuridão. Gozamos...exaustos, insanos e em paz. Que sentimento melhor é possível sentir entre os pecados? A loucura encontra a paz, o espirito a matéria. Então a  xoxota dela “peida”, por causa do ar empurrado pra dentro...o que é normal... mas ela fica envergonhada, diz que não é peido...sorri.

-Meu bem... você pode peidar na minha cara...que tudo vai estar bem...

Ela sorri. Achei que era um bom momento pra perguntar...

-Qual o teu nome princesa?
-Não...não há nomes negão...e eu não sou princesa... to mais pra bruxa...
-Uma bruxa bem gostosa...
-Tu não sabe quem eu sou...
-Acho que não quero saber...nada de espelhos se quebrando...o céu se partindo...nada...

Ela fica me olhando... ela havia entendido o que eu disse.
Como uma  brisa silenciosa, ela foi se recompondo, lentamente enquanto os sons da noite invadiam espaços, meu olhar é uma dança acompanhado, ela recolocando a calcinha minúscula...linda...o sutiã...com um jeito sensual... aquilo era despedida... não sou bom com despedidas... então ela abriu a porta do carro... me olhou e saiu, sem dizer coisa alguma.

Desconhecida mais uma entre um labirinto... eu também era. Deixei que ela sumisse na bruma da noite...engolida pelo comum... e tudo que dela ficou em mim... é o que fica das pessoas que convivem conosco, lembranças as vezes boas... dei a partida no carro mergulhei eu também no labirinto, queria adormecer e sonhar com fantasmas, com deusas e se possível não acordar nunca mais.

Luís Fabiano.




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