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sexta-feira, agosto 23, 2013

Bandidão Porra




Navalhadas Curtas: Bandidão Porra

Meu prédio...meu prédio e meu prédio. A convivência com as pessoas ali é difícil. Tenho noção profunda que sou um péssimo vizinho. Bêbado, música alta e pouquíssimo social. Mas tenho umas vizinhas que gostam... talvez sofram de síndrome de Estocolmo!  Já sai com algumas delas... deixa pra lá.

To descendo as escadas lentamente para ir trabalhar... então me deparo com uma porta entreaberta no terceiro anda com alguém de costas olhando pra dentro... fazendo o que? Sei lá...talvez observando o vazio existencial. Era a mulher do sindico. E vocês sabem...todo sindico é foda!
Então ela se vira de supetão...e dá um grito olhando para mim... onde estava eu parei, entre os degraus...esperando o próximo capitulo. Ela se deu conta do mico:

-Ai...seu Fabiano, eu pensei que era um bandido... (rindo amarelo)

Esse era aquele momento de ser educado, tranquilo e dizer politicamente correto “que nada dona Maria... tá tudo bem”. Mas creio que isso seria fácil demais...e certamente não sou das coisas fáceis. Então...fechei a cara entrando em um personagem:

-Que é dona Maria...que é? Hein... tu tá certa...eu sou bandido mesmo...tá ligada? Hein?
-Aii que isso seu Fabiano...o senhor tá de brincadeira...há, há, há,

Agora quase furioso.

-Quem tá de brincadeira aqui Maria? Hein...isso é um assalto (aos gritos no corredor e indo pra cima dela).

Ela fecha os olhos...baixando o rosto, agora assustada de verdade. Então...como um bipolar programado, eu pertinho dela e sorri com suavidade, voltando ao “normal”.

-Calma dona Maria...que a senhora tá fazendo?

Ela sorri sem graça.

-Seu Fabiano...o senhor em assustou...
-Mas eu não fiz nada.
-O senhor disse que era um bandido...
-Eu não disse nada disso. A senhora tá bem?
-Sim...sim obrigada.
Segui me caminho...escada abaixo...sempre pra baixo.

Luís Fabiano.


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