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domingo, junho 23, 2013

Paz interior...




Navalhadas Curtas: Paz interior...

Bar cheio, garrafas de cerveja vazias sobre a mesa, putas sorridentes e caras a procura de algo. Gosto de frequentar bares baratos. Eu conversava com Francisco, que não gostava que lhe chamassem de Chico, ele me olha sério depois de uns copos de cachaça:

-Fabiano... Preciso de paz cara... de paz interior...

As vezes tais coisas não me fazem sentido algum. Houve um tempo que procurei paz interior... Até perceber que paz interior, te dá apenas paz interior. Isso me parece idiotizante.

-Pra que, Francisco tu queres paz interior? Que vais fazer com ela?
-Sei lá... Ficar tranquilo, trabalhar menos, amar uma mulher de verdade, trepar com ela pelas manhãs... E pouquinho de dinheiro também... É isso...
-Isso não tem nada de interior! Tá e depois? E depois digamos de uns cinco anos?

Francisco ficou me olhando... Bêbado, olhar vazio e uma resposta que todos dizem... E querem, mas o foda, é que o ser humano raramente sabe o que quer.

-Sei lá... Depois eu vejo. Tu não queres paz interior?
-Eu tenho paz, mas como tudo na vida, em excesso converte-se em veneno. 

Tenho paz, e isso não é furtavel... Mas não sempre... Quero vida Francisco, quero intensidade, quero um boquete a 180 km por hora... Quero tudo e nada.
Neste instante inicia uma briga no bar... Dois caras brigavam por uma mulher que parecia não se importar com nenhum deles... Acho que ela tinha paz interior.



Luís Fabiano.

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