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segunda-feira, fevereiro 18, 2013





Navalhadas Curtas: O clichê dos clichês

Normalmente não abro espaços a clichês. A pena digital se nega ao obvio, prefere o sórdido o escatológico, a larva em vez da borboleta.
Tenho uma vizinha de um prédio em frente, que todos os dias, por volta das vinte e três e trinta e nove, vai para o quarto de janelas abertas e se despe

Quando ela fez a primeira vez me escondi pra ver... na segunda e terceira também... Mas depois, bem não fazia sentido... As repetições dos vícios os tornam coisas normais.

Ela é uma mulher madura, muito morena, com uma boa pelagem na xoxota... E o corpo esta bom. Mas por que faz isso?
Então passei a encara-la... Durante as punhetas que batia, nestes momentos que a olhava e as vezes me excitava. Mas ela me ignora completamente.

Ela já me viu, mas continua a fazer a mesma coisa. As vezes vem do banho, apenas de toalha e chegando ao quarto tira a toalha... E passa creme e loções pelo corpo. E ver isso é tão bom.

Então desenvolvemos uma relação a distancia. Nunca nos falamos e nem falaremos, ela se despe pra mim, e torna-se um mito intocado pelas mãos de todo pecado... O destino platônico de beleza nua, com um espirito de espuma e amor.

Por vezes isso é muito melhor que todas as moléculas.
O idílio de fantasias sem carne. Que importam nomes, cores, problemas, jeitos e consequências... Se nesse plano de silêncios estamos imersos... E desejos se tornam tranquilas ondas, que jamais ferem a ninguém... A ninguém mesmo.


Luís Fabiano.

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