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quarta-feira, dezembro 26, 2012




Mente Víbora entre a areia

Sentado observando na praia
A mente calada como uma víbora a espera do momento certo
Não é preciso fazer nada
Isso não é fácil...
É ficar tranquilo
Aguardando a vitima inspiração ser picada...

Não concordo com sacrifícios de nada
Não espero o poema
Com uma pica de jegue
Prefiro as coisas mais simples
Ainda que signifique, adaptar-se como uma barata
Cruzar caminhos inesperados a espera do milagre
Fazer yoga intestinal
E sentar-se, acomodado ao natural desagrado
Sim... aguardar, aguardar e aguardar sempre...

Minha mente calada
E um mundo berra distante
Com sirenes infinitas ecoando em uma noite de festas
Permaneceria assim pelo tempo que fosse
Entre tudo que se completa
Sem querer nada em troca...

Não sei se me sinto completo
Por vezes a benção é a duvida
Que mantem a fome não saciada
Relâmpagos como traços luminosos
A inquietação pungente de um golpe final
Meu olhar estala o céu
Enquanto as dores se calam em uma performance
Onde o sublime descansa seus dentes afiados

Quero ficar sentado na praia
Acariciando a víbora...
Pode não haver momento certo
Mas isso pouco importa
Por que na verdade
Nunca sabemos exatamente nada.


Luís Fabiano

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