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sexta-feira, junho 22, 2012




Sombras da agulha

Realmente não sei o que aconteceu com ela...
Ou talvez nunca tenha sido o que pensei...
No silencio de respostas adequadas
Perfeitinhas...
Eu achava tudo estranho
Como coisas que não se encaixam
Emulando harmonia...
Eu me desliguei...

Fiquei como uma vitima aguardando o bote da serpente
A isso chamo de relação de confiança
Sou uma espécie rara de verme...
Fiquei ali aguardando
Com a voz metálica, ela dava discursos 
E muitas vezes eu a olhava e não parecia ser uma mulher
Embora a xoxota metálica ali estivesse
O cu arrombado sorria vertical em tom rosado...

O resto da mulher não sei onde foi parar...
Vestia-se bem... cuidava da aparência...
Era dura ao excesso como um casco de tartaruga
Então entramos numas de disputar quem era mais duro
Agulhas se tornando laminas...
Laminas se tornando trilhos de aço...
E fomos nos desintegrando, como farelos da alma
Um prédio demorando

Como um pesadelo ao vivo
Gritos, discussões e objetos voadores identificados
Esquivava-me, embora a minha vontade fosse jamais tê-la conhecido
Não consigo odiar a ninguém... lembro que...
Que deitados na mesma cama...
Agulhas que me cravavam entre uma trepada e o sorriso

Tudo terminou como um acidente a 240 km...
Sai ileso como uma farpa que se retorce
Beijando o tempo que adorna a nudez 
Um destino fisgado anoitece 
Sorri diante de um precipício...
Não sei se minhas asas estão prontas... mas...

Luís Fabiano.

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