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quarta-feira, abril 25, 2012




Robozinho Nazista

Havia uma perfeição perturbadora entre nós...
Nunca funcionei com situações perfeitas ou não
As bebedeiras diárias, ajudaram a paciência
Dando as arestas
Um charme concebível

E no meio disso o amor...
Como um sanduiche embalado a vácuo
Nunca se sabe o que tem ali... no recheio...
Perninhas de uma barata,
O cuspe do cozinheiro
Rota vírus...

Acabamos nos tornando hábeis em convivência
Não invadíamos espaços...
Não mijavamos de porta aberta...
Nem mesmo um pequeno peido escapava acidentalmente...
Nossas vidas de plástico...

E mesmo no sexo, havia um ritual mudo
Programado as quartas-feiras a noite...
Ela dormia pelada...
A exceção de tudo era o seu cu rosado... guloso
Assim ela gozava rápido...
Dormia rápido...
Roncava rápido...
Uma solidão acompanhada...

Não conseguia me sentir um super macho depois das fodas...
Nada era desafio...
Era limpo, perfumado e previsível
Ela parecia um robozinho nazista...
Eu, um animal domesticado...
Aparentemente...
A espera de um céu em chamas
Com anjos fodidos torrando feito galinhas...

Nunca aconteceu nada estranho...
Acabamos tragicamente, um trem chocando-se no muro
Essa foi a única verdade...
Me pergunto: como entrei nessa... outra vez...
Mas sempre me questiono sobre isso, dezenas de vezes...
Acho que esperamos demais uns dos outros...
E a realidade é uma caixa de fósforos...
Sinceramente não sou confiável

Sou um traficante de emoções...
Tentando viver o minuto de agora...
Sorrindo as vezes
Mesmo que tudo de errado..
Todos sabemos
Que sempre existe um fio de navalha
Próximo ao pescoço...


Luís Fabiano.


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