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segunda-feira, abril 02, 2012



Eu a droga

Ela me encara como um vício maldito
Prazer, dor, fantasia e ânsia
Intoxicada até a raiz dos pentelhos
Sou sua maconha, cocaína, crack e boletas coloridas...
Parecia ótima em sua decrepitude
Enquanto eu sorvia sua alma com indiferença

Tínhamos uma relação perfeita
Amor e ódio...
Vicio e viciada...
Fadados ao fim arrevesado
Com distorções de drama
Melancolias de derrota anoitecendo
Ambos sabíamos disso
Perdedores no final da corrida
Sorrindo com dentes cariados...

Então os objetos começaram a voar em minha direção
Sapatos, pulseiras, calcinhas sujas e vomito asqueroso
Aprendeu a me odiar amando...
E sorver de minha porra
O alimento para sua alma
Aquilo só iria piorar...
Um câncer, uma gangrena uma dor sem fim ao som de um chicote
Eu o Fabiano-Morfina...
Fabiano... vicio-piroca
Agonia famigerada nos suspiros falsos
Amofinando lentamente a cada gozo
Sua tragédia em um parque de diversões

Gargalhando como louco
Depois de tudo
Ela esta sedada... alucinada... doente e feliz
O brilho estelar em seus olhos
Filhos de esperanças luminosas
E por um breve instante tudo parece dar certo
Acho que é assim mesmo...
Tudo que se precisa é um breve instante de luz
E o resto?
Bem...
Foda-se.

Luís Fabiano.

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