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quarta-feira, março 07, 2012



Armadilha...

Ela me propôs uma suruba
Após beber muito... lembra-se de Santiago
Não conheço Santiago...
Mas porque Santiago?
Achei que deveria equilibrar o jogo...
Tudo bem – eu disse – Mas tragamos outras...
Talvez... Eunice, Sandra, Flora e Madalena...

Aquilo foi suficiente para estragar a noite...
Mas não entendi por que...
Bebendo ou não, tenho uma boa dose de tranquilidade
Com o tempo, porradas demais fazem perder algumas expectativas
Nem sempre...
Então ela fez um escândalo fantástico, disse que não prestava
-Tu me trocas por qualquer uma...
Comecei a rir... achei-a meio idiota...

Cai na armadilha...
Um coelho do asfalto...um tatu sem toca...
Ela jogou o copo contra parede
Milhões de pedacinhos cheios de emoção se espalharam
Saiu pela porta do bar...com vapores de raiva

Pedi outra cerveja
Deixando o vazio da cadeira se aquietar como ancora
Afagando o fundo do mar
Copos se esvaziam... folhas de outono caem...
Estrelas se despedem... tudo é assim...
É preciso abrir espaços para que sementes germinem
Gestando felicidade deixando o desterro pra trás...

Não chorei
Pensei – todos carregamos torvelinhos
Frágeis de despertar... um pequeno toque
Notas se dissipam
Como somos frágeis...
Ela não voltou... minha cerveja acabou
Pedi outra.

Luís Fabiano.

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