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terça-feira, janeiro 17, 2012


Navalhadas Curtas: Eternos Cristais da Inutilidade


Existem alguns copos de cristal esquecidos aqui em casa. Minha mãe quando casou os ganhou. Bonitos, decorados a antiga, enfileirados e inúteis. Alguns deles jamais tiveram em suas bordas “sagradas” uma boca. Nem de bêbado... nem de puta...ou batom, copos virgens de porra nenhuma.Irritantes.

A maior das inutilidades da existência. Algo criado que jamais será usado. Olho para eles todos os dias, e não nego que em alguns momentos tive vontade de... dar-lhes alguma utilidade. Ainda que seja espatifado contra a parede. Já viram como um cristal se quebra?

Minha poética de vida, é uma serpente convulsando sobre as brasas. A beleza viva no instante mais importante da vida, que é o agora. As inutilidades de minha existencia, fui espalhando por ai... pensamentos inúteis...emoções inúteis ... coisas atravancadas que ficaram guardadas para que um dia...nos utilizemos?É? Não.

O que tenho, o que sou e o que vivo, é aproveitado agora... até sumo final, gozo com as estrelas, amanheço com a vida, adormeço com a morte, amo e desprezo com a mesma intensidade, não amanha, hoje.
Acho que amanha aqueles copos filhos da puta... não escaparão.

Luís Fabiano.

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