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segunda-feira, dezembro 26, 2011


Natal em Família

Desta vez reuniram todos
E lá estava eu... uma naufrago
Insistiram para que eu estivesse
É como uma ferida que adoramos arrancar a casca

No inicio me senti estranho a todos
Mas foram me tratando bem, desfazendo distancias de agulha
E servindo cervejas e mais cervejas bem geladas
Isso fez meus olhos dobrarem
E observar a vida diferente
Atolei numa cadeira de praia enquanto via
As mulheres de meus parentes
Vestidos leves que voavam ao vento
Calcinhas coloridas... bundas grandes... os pelos de uma xoxota
Engolindo a calcinha
E sorrisos todos os lados
a vida parece boa

Mais pessoas chegavam
Mais cerveja... tudo mais...
Mais comprimentos a desconhecidos felizes
Ok. ok...a porra do natal está ai ok
Então fodam-se as estranhezas
Creio que beijaria até o diabo e lhe desejaria felicidades
O diabo também quer ser feliz

Minhas tias estavam lá
Todas sentavam de pernas abertas
Ao som de um samba barato
Eu atolado na cadeira de praia sorrindo como um louco
Eu que gosto tanto de minha solidão
Sentia-me bem entre eles e não estava mentindo desta vez

Talvez a maldita idade mude o jogo
Minha vó sentada na cadeira sem emitir som algum
Deram-lhe vinho para matar a saudade de tempos idos
Anzóis das lembranças pescando saudade...
E amanheceres com poema
Ela reage como um excitante e pude ver o brilho do olhar

Achei fantástico
É bom não perder o brilho do olho
Porque ali há uma alma
Não entendo nada de amor ou tempo
Bom ser uma metamorfose
Desvestindo ilusões revestindo a vida com o melhor
Na pureza ancestral que permeia os astros
As nossas sombras desfeitas no afago
De querer bem, acho que foi isso
Apenas me entreguei.


Luís Fabiano.

 

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