Existem presenças que são insubstituíveis. Tinha um vizinho muito idoso. Vizinho de conversar no muro. Grande cara, naqueles dias que a vida difícil pra mim, pressões de todos os lados. Ele com seus cabelos grisalhos, abria a porta olhava o céu como querendo ver algo... dava um bom dia sorrindo.
Eu era constantemente mal humorado. Aquele sorriso era uma afronta a minha estupidez, mas ele me ignorava completamente feliz e seguia sorrindo e dando bom dia pleno.
Os dias escorriam rápidos. Porem um dia eu não estava mal humorado e sentei no degrau que sempre sentava pela manha, fiquei esperando o vizinho dar seu bom dia. Ele não apareceu mais, nunca mais.
Naquela noite ele havia partido, creio que para o céu que tanto gostava de olhar. Senti-me roubado, como uma oportunidade simples que escapa... Ficaram tantos porquês, lembro que esperei por ele muito naquele dia, e aquele silêncio foi muito um caminho longo.
Luís Fabiano.
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