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terça-feira, setembro 20, 2011




Sementes do Asfalto

Ela brilhava fantasticamente naquela esquina escura
Estrela vagabunda em seu palco de misérias emborcadas
Vendedora de ilusões despejadas a preço baixo
Vontades engolfadas
Afogadas
Medos que se desenham ao som da grana
No fim das contas tudo é isso apenas

Não existe alma na xoxota
Nem cantos sagrados nas tetas
Enquanto homens excitados como bezerros gemendo
Entram um atrás do outro
Rasgando, rompendo, dilacerando
Ao som dos gemidos falsos sem eco
De um prazer falso como um jato de porra
Asco verdadeiro quase eterno

Estava doidona outra vez
Disposição para romper átomos
Escrúpulos vendidos
A fronteira das indiferenças ausentes
Dos lábios e pirocas que se tornam sem cor
A máquina de foder eterna e chorosa
Ligada a 220
Justificativas vazias
Em la puta vida
Filhos do fantoche mudo

Ilusões que desfilam nuas
Debaixo do asfalto frio
Nascendo entre os carros que atropelam a si
Flores cinzas e sujas
Braços secos tentando agarrar estrelas
Esperança
Na bolsa a ancora e o terço de Deus
Aqui
Xoxota ainda molhada do esperma alienígena
Enquanto tenta se equilibrar
No fio de uma navalha cega
O próximo vampiro pousa
Outra e outra vez.

Luís Fabiano

Um comentário:

Um brasileiro disse...

Olá. Tudo blz? Estive por aqui. Muito legal. Gostei. Apareça por la. Abraços.