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segunda-feira, setembro 26, 2011

Coroa Cravejada de Merda


Gosto quando os momentos da vida são intensos como um afresco, mole e aberto a vicissitudes da existência, um feto recém-nascido, frágil, um espécime de vermezinho, protótipo de ser humano, repleto de promessas falhas.

Sentir-se engolido pela amalgama da vida, tragado como um cigarro e lentamente infectando o sistema, vida matando vida, poluindo as nascentes inocentes, pervertendo as emoções inesperadas, levando-as a onde elas devem chegar. Não o berço da pureza maldita, entre as chamas dançantes da ilusão, fulgurantes da forma maquiada, a perfeição sem perfeição, a puta com as emoções afogadas, arrancado justificativas do éter, enquanto inquieta espera a recompensa em notas sibilantes.

Aquela noite, depois de brigas homéricas como sempre, eu decidi ler Aldous Huxley, a medida do Contraponto infame de minha paciência galopante se esvaia, galope fracassado, pois Lucia tinha o dom profundo de arrancar meus culhões e minha paciência. Um dom dado por Deus, irritar-me dia após dia. Com isso eu me tornava pior. Disso me orgulho. Ir ficando pior é uma evolução as avessas, ficando mais frio que iceberg, mais duro que titânio, e ante os golpes nefastos de problemas quase inexistentes, eu já conseguia não me importar com mais nada.

Naturalmente, isso tornava tudo muito pior. E acho que disso também me orgulho. Infelizmente gosto de sentir o galope do inferno, o diabo acendendo a fornalha sorridente, sussurrando doenças, violando o inviolável. Ela era assim, e eu um pouco pior e ambos chamávamos isso de amor. Em muitas vezes em minha vida, o que salvava um pouco a relação eram as boas fodas. Mas este é um capitulo muito especial.

Quando se discute muito, cria-se um maldito vicio. Tenho pra mim, que nos tornamos toxicômanos viciados na recompensa das discussões que duravam horas. Depois de trocarmos uns bons empurrões e tapas, tudo se transformava em foda, foda da esperança, a foda de deus, a supernova explodindo em porra alada, enchendo o cu do universo. Isso ás vezes era bom.

Mas normalmente terminávamos pior que começávamos. Eu broxava de tanto pensar em justificativas, para aqueles problemas inexistentes. Pois assim é a alma insegura. Ela cria fantasmas, nos vãos escuros de si mesma, alimenta o pior e vomita a bílis negra e nefasta do horror, do medo, da perda enquanto fantasmas balançam no varal, entre suas calcinhas sujas.

Neste dia especificamente, Lucia havia chorado muito, e a briga já durava três malditas horas, a criança felizmente dormia, enquanto nos trocávamos argumentos do amor ou desamor. Da minha morbidez indiferente, eu tratava as pessoas, quase todas como se já estivessem morta, ela não gostava de estar incluída neste grupo. Queria um tratamento especial, queria estar viva para mim, queria ser o que não era, porem nunca fez para merecer.

Comportava-se como os mortos. Aquele maldito comportamento me afastava dia após dia, uma tartaruga de intenções se afastando silenciosamente sem rastros. E creio que se não fossem as fodas aladas, não teríamos durado os nove meses.

Discutíamos longamente a ponto de não mais existir argumentos, essa parte era boa. Eu fazia um exercício de exaustão intelectual, conseguia apartar todas as emoções , isso me deixava em paz e distante, de certa forma me convertia em um boneco de palha, que falava.

Então vinham as agressões físicas, copos voadores, facas com asas, tapas de marreta, gritos alucinantes, empurrões do vento, essa era nossa serenata da “sedução”, passos a beira do precipício, que eu temia, temia que um dia... porra, um dia aquilo iria terminar de forma terrível, não de minha parte, tenho frieza suficiente para não matar ninguém, não importa o motivo.

Mas ela, quando me atirou a faca errou, senti que estávamos tendo algum probleminha. Pensando mais friamente, acho que ela deveria ter acertado, acho que seria uma caridade, sair do planeta terra, como mártir da miséria. Mas éramos ambos fracassados demais.

Exaustos, púnhamos fim naquilo nos abraçando em derrota, que poderia dizer? Que o amor venceu ? A puta que pariu com esse tipo de amor. Éramos vencidos pela desgraça, o cavalo cansado morria, precisa de agua, de descanso.

Então trepavamos loucamente, gemendo com loucura, ainda se estapeando, enquanto a porra era bombeada pela buceta, eu gostaria de explodir o útero daquela vagabunda, que a foda se convertesse em martírio, rasgando suas entranhas com a piroca de gilete, um picador de gelo gravando a cada estocada no útero, dilacerando ovários.

Por fim colocava no cu, e adorava ver aquela rosa grande se abrindo em flor, dilatando, tornando-se um túnel negro, enquanto aquele cheiro maravilhoso de merda e porra era lançado ao ar como um incenso , a doce paixão dramática encenava sua tragédia, em suspiros do horror e gozo. Então tirava o pau de dentro dela, agora uma mangueira languida, a minhoca sebenta e marrom.

Quando puxei a glande pra fora, lá estava ela. E sorri o sorriso dos filhos da puta, aquilo era mais que bosta. A glande estava em toda a sua volta com uma boa quantidade de merda cheirosa, de uma boa textura. Arranquei aquilo com dedos lentamente, olhando de perto, tirando a coroa de merda, enquanto Lucia olhava com ar de nojo, talvez de si mesma, de sua merda.

A maldita alegoria daquilo, acho que era o melhor, meu picador de gelo arrancava merda de dentro dela. Aquele cheiro mexeu comigo, o brutal volta... ela não queria começar tudo novamente, queria se banhar, não aguentava a própria merda, mas era tarde eu já estava com uma ereção fantástica.




Luís Fabiano.


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