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sábado, agosto 13, 2011



Atalhos da Emoção


Joana cheira
Márcia fuma
Valéria bebe muito
Roberta chora depressiva
Jane se queixa demais
As observo de longe

Crianças que brincam com objetos pesados
Enquanto me jogam coisas
Facas, garrafas, cacos de vidro e cusparadas catarrentas
Desvio daqui e dali
As vezes acertam
Bingo... premio...

Depois
Abrem a gaveta das dores e depois as pernas
Uma relação de ódio e fragmentos do céu
Acho que em algum momento me acertarão fatalmente
Enquanto tomo o meu rum com olhos semicerrados
Tudo bem sem ressentimentos
Quero apenas viver
Tentar bater minhas frágeis asas de cera
Tecido voando ao vento desprendido

Sem poeira ante meus olhos
Fumaça desfeita de grilhões
Um pouco de rum, sim
Queixumes que se apagam em uma noite serena de estrelas tristes
Enquanto lá
Objetos desafiam a gravidade
Eu desafiando a vida
Não temo as dobras da morte
Meu jeito de viver
Balanço louco das insanidades carinhosas
Uma dose de cada vez
Servidas na lentidão da existência
Ao passo do coração
Entre os silêncios de seu pulsar...


Luís Fabiano.

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