Pesquisar este blog

segunda-feira, julho 18, 2011


Sonia, corrimentinho e acelerador...

Sonia gostava de apanhar, isso era caso consumado. Tal desejo me deixava as vezes constrangido. Por ser tão voluntarioso, como uma ação caritativa, distribuindo benesses aos que sofrem. Ela era o contrário, gostava de sofrer, no sentindo da fantasia, bater nela não era tão divertido, aquela vagabunda ria de tudo.

Naturalmente a minha experiência, me deu o know how, para saber o ponto exato até onde se deve bater em uma mulher (todas gostam, é preciso apenas saber como fazer) o equilíbrio a partir do momento em que a dor deixa de ser prazer. Por vezes no calor da paixão, existe uma vontade profunda de extrapolar limites, não direi que uma vez ou outra isso não tenha ocorrido mas...
Mas com Sonia era chato e divertido.

Ela esperava a porrada. As mulheres esperam apanhar em tais momentos ( não me refiro a espancamento), mas é da brutalidade humana isso, um evocar da primitividade ancestral, o puxar dos cabelos, o tacape na mão, os gritos selváticos, a baba espumante pela boca, cuspidas e uma abundante ejaculação. Negar isso é maquiar a verdade. Transformar tudo em amor translúcido, poético e uma serenidade sem limites, é dar passos largos para modorra, porque a vida não é assim, uma maquina com engrenagens sincronizadas.

Frequento a casa de Sonia as vezes, diga-se de passagem, Sonia é imensa. Alta e muito gorda, um tipo diferente que a muito me agrada, tem longos cabelos pretos, uma barriga gelatinosa, coxas grossas, pés grandes, olhos claros e profundos, e a bunda mais gulosa que já conheci. Tudo isso formava um conjunto que me agrada muito, entre outras coisas, berra como uma vaca no cio, não importa onde esteja, é completamente liberta. Não é atoa que os vizinhos quando entro ou saio, ficam me olhando, tem a impressão que a espanco, de certa forma acontece, mas é porque ambos nos divertimos assim. Temos essa relação a base de sexo bizarro, e gosto de erguer suas pernas imensas e ver como balança suas gorduras a cada estocada, as tetas imensas quase batendo em seu rosto é fantástico.

Depois de tudo, acabamos rindo como dois doentes, no seu corpo marcas do chicote, das minhas mãos, de um chinelo especial que ela tem, para pancadas na bunda, ele tem umas saliências agudas que deixam marcas significativas. Sonia é uma fudedeira nata.

Fazia alguns dias que não ia lá, e ela me liga. Uma relação quase sem relação, existe uma cumplicidade de cosias que podem ser tocadas, não há sutilezas ou coisas subjacentes, portanto mistérios não existem, tudo é esperado, de uma obviedade genuína e simplória:

-Hello...
-Fabiano?
-Claro né gorda... diz ai que houve...
-Esse é meu Black, diz tu, vais aparecer pra nos brincar de papai e mamãe da selva...?
-Sim gorda, mas relaxe ok. a coisa tá ficando pesada...
-Claro preto, eu sou pesada, eu sou uma vaca gorda, uma elefanta e tu adoras minhas banhas...
-Yes puta, isso ai.
-Mas seguinte, eu to com um corrimentinho, ainda não sei o que é...
-Será que pega?
-Não sei, vem e ai a gente decide...
-Tudo certo gorda, eu passo ai mais tarde, depois da hora do lobisomem , há, há, há...

A puta gargalhava como uma condenada a felicidade.
Gostava daquela risada de pomba gira dela. Era maluca, e acho que esse elemento meio louco mexe com a minha pessoa. As pessoas que menos senti tesão em minha vida, foram as normais, as certinhas, as que não se permitiam flutuar em mares de prazer, sem amarras ou cordas de segurança. Detesto cordas de segurança, quero que a vida seja um caminhão carregado acelerando em uma autovia, puta merda, cem, cento e vinte, cento e cinquenta a vida descendo garganta abaixo, em goles fortes de rum e beijos de insanidade.

Mais tarde fui a casa de Sonia, a casa dela era de uma organização interessante e quase segura, estava climatizada e ela vestia a sua roupa preta em couro, cabelos soltos, a boca vermelho sangue, não perdemos tempo com preliminares, o primeiro tapa no rosto e ela gargalha, os olhos ficam loucos, a porra do caminhão estava acelerando a toda novamente, azar que fossemos colidir contra uma parede de aço, agora acelerávamos... caímos na cama como quem mergulha no abismo negro, entregue a todas as paixões vis, então eu toco na xoxota dela...interessante, estava leitosa, um liquido com cheiro diferente e acre, forte demais algo estava errado, mas quem iria pisar no freio?

Mergulhei nela, fundo, mais tapas, a vaca gritava, gemia e se babava, eu adoro isso. Terminamos essa brincadeira, quase doentia, duas horas depois, extenuados e dando risada. Sonia não tem nada demais, não conversa é feita de uma obviedade como um vomito, então me olha e diz:

-Agora é a hora que ficas entediando e quere ir né?
-É, as vezes é assim...
-Acho que vou ter ver o que tenho na xoxota, isso coça um pouco...
-É, se eu começar a coçar... também vou ter que ver... mas eu nunca peguei nada...
-Tu és maluco cara... eu também...
-Yes baby, somos crazy...

Vesti-me e nos despedimos sem frescuras... fui pra casa dirigindo devagar e pensando: puta merda, e se amanha eu acordar com uma coceira? Mas não aconteceu nada, olhei para meu membro hoje pela manha, ele parecia normal, eu parecia normal, sentia-me bem, e lembrava com um certo carinho de Sonia, aquela vaca louca acelerada, creio que é isso, a originalidade da vida é feita do quanto você se entrega a vida, as alegrias que escapam rápidas por debaixo da porta, enquanto você pensa se vale a pena ou não, os goles da existência, bons e amargos, a anestesia que não faz efeito, o que temos é o que realmente vivenciamos, no maior e mais intenso deste tempo, fechei os olhos e respirei fundo, tudo estava em paz.



Luís Fabiano.


Nenhum comentário: