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quarta-feira, junho 29, 2011




Mito da caverna, de Joice?

As pessoas tem estranhos prazeres, naturalmente não as julgo, eu sou um estranho vagando entre estranhos, com um véu de mistério que a todos separa. A dimensão difusa, nebulosa de nossos medos mais profundos, nossas doentias e inconfessáveis fantasias. Coisas que não gostamos nem de pensar, por ser profundamente perturbador, talvez não nos admitamos sequer a cogitar?

Você não se lembra, daquele acontecimento que você não foi lá muito legal?
Lembra?
Tá, deixe pra lá.

Quem não tem coisas insondáveis dentro de si? Quem em algum momento não foi um filho da puta honorável, ainda que placidamente e vaselinado, quem não? Tenho a certeza que você sim, mas tudo bem, relaxe.

Assustam-me aquelas pessoas que se dizem 100% honestas, 100% qualquer coisa, eu prefiro os 50% filhos da puta mais ou menos normais. Não confiem em pessoas que dizem coisas excessivamente assertivas, que não falham, não são de confiança. O molde de certeza emoldura uma profunda fragilidade, como uma casca de merda endurecida por fora, mas mole-mole pode dentro. Vejo isso todos os dias... cansei deste assunto.

Prefiro falar de Joice.
Uma amiga minha, cuja vida maldita foi arrancando-lhe as poucas emoções. Gosto dela por ser o tipo óbvio original. Você olha uma vaca no campo, as ovelhas na pastagem, as galinhas ciscando no quintal, e Lá esta Joice. O problema com ela era sua fragilidade emocional. Apaixonava-se em um piscar de olhos, basta oferecer-lhe um pouco de carinho e atenção talvez, pronto, instantaneamente ela se apaixona por você. Seja você, homem, mulher ou uma cabra.

Conhecemos-nos a um bom tempo, quando ela estava namorando um conhecido meu. Não quero falar dele. Um conhecido que se tornou desconhecido, como é esperado de todo ser humano. Lembram-se do filho da puta que falei no inicio?

Não posso negar que quando vi Joice pela primeira vez, ela era bela, as pernas mais promissoras que já havia visto em minha vida, pernas para escalar o paraíso e beijar o diabo na boca, com uma boa bafejada de uma xoxota incandescente. Felizmente ou infelizmente, algumas mulheres conseguem apenas despertar isso em nós, nada mais, o fútil instinto tomando carona em desejos que especulam, as vezes não precisa mais que isso mesmo.

Eu estava casado, Joice namorava o meu desconhecido. Mas na festa em questão conversamos muito, enquanto o álcool encharcava a vida, mas que coisa boa. Minha esposa, um poço de inseguranças, naquela época (não lembro se foi a quarta ou quinta esposa...) ficou aborrecida pelos meus olhares para as pernas de Joice. Disse que era falta de respeito? Sou assim, não pretendo mudar, se é bonito eu olho.

O tempo trabalhou no meio deste caminho. Não nos vimos mais um bom tempo. Eu me separei e ela também. Quando a encontrei em uma festa alternativa, nas imediações do Porto de Pelotas. Continuava sensacional, estava abraçada a uma outra bela desconhecida.

Ver mulheres se beijando é bom, todo homem gosta. Fiquei parado com um copo na mão enquanto a via próxima a porta do banheiro, beijando com desejo. Duas lindas mulheres. Não queria come-las, não era isso, apenas queria curtir a poesia que aquilo traduzia, seja o que fosse, amor, desejo, fantasia, que importa? Era bonito ver a natureza berrando em nossas entranham, a deformação, a evolução, a doçura.

Mais tarde encontrei Joice, e estava sozinha em uma mesa. Ela me reconheceu e ficamos conversando amigavelmente. Ela parecia meio chapada, olhos um pouco vermelhos e facinha como um vento de primavera. Naquela merda de festa nada promissora, ali estava a oportunidade de coroar a minha noite. O lobo acordou em mim. Inventei uma conversa qualquer e ficamos próximos. Bebidas demais, ela entorpecida, beijei-a algumas vezes e fomos embora para seu apartamento.

Desculpem a gafe.
Joice é uma mulher morena quase negra, cabelos compridos e ligeiramente encaracolados, uma boca pequena, olhos de mel, tetas pequenas e as maiores pernas feitas de titânio, roliças e firmes.

Como geralmente digo, ás vezes a viagem em direção a algo é mais interessante que a chegada ao destino, o destino é o final, o orgasmo derrotado, o ápice, depois dele nada mais tem muita graça, a vida torna-se comum e simples, a modorra, a viagem acabou. As vezes a vida pode ser uma merda.
Arrancamos as roupas quando chegamos ao apartamento, ela era tudo aquilo e muito mais. Porem quanto vi a sua xoxota, Deus, que era aquilo?

Pelos bem aparados, logo abaixo dos pelos, um túnel de metrô, o rasgo da xana dela era de uma abertura descomunal. Capaz de engolir um elefante, não tão somente meu membro normal como a mim mesmo inteiro. Enfiei três dedos naquilo, desapareceram em um espaço folgado e úmido, o quarto dedo entrou e o quinto também. Não preciso dizer que broxei frustrado, ainda que tivesse com uma boa ereção, eu era um broxa pra aquela mulher. Eu pensei: precisarei ser um jumento adulto, um cavalo puro sangue, uma baleia macho, preciso ter um cipó amazônico para fazer esta mulher feliz? Como ela esconde esse xoxotão?

Joice era uma viúva negra, com uma xoxota gigante, capaz de matar seu parceiro asfixiado. Já que havia me metido nisso, agora era preciso ir até o fim, tudo em nome do amor. Certamente seria a primeira e a ultima vez. Fiz um demorado oral nela, enquanto meu rosto quase entrava dentro dela, numa espécie de nascimento ao contrário, ela gemia feliz como uma gata no cio, tive a impressão que minha cabeça escorregaria para dentro dela a qualquer momento, quando teve o orgasmo.

Sentia-me cansado e sem ar.
Inventei uma conversa qualquer e fui embora meio frustrado. Existem mistérios que é melhor que assim sejam. Uma coisa eu porem posso afirmar, Joice é maior xoxota de Pelotas, ela deveria ter a chave da cidade.


Luís Fabiano.

Um comentário:

Dóris disse...

Nem todos os mistérios são para serem desvendados...alguns são óbvios demais e acabam nos frustrando. O melhor é conservar a ilusão.
Texto muito bom.

Abraço.