Pesquisar este blog

sábado, junho 25, 2011



Crack

Ela dança feliz com uma pedra na mão
Corpo sem corpo
Ossos como pandorgas balançando
Ao vento
Felicidade desesperada
Alucinada
Caótica e dor
A vejo todos os dias doidona
Desaparecendo dia após dia
Neblina sem amanhã
Disse pra mim que não deseja largar o vicio
Nunca sequer pensou nisso
Ela fuma aquela porra e diz que me ama
Talvez a droga de todas as drogas
Amor, falta dele, excesso dele...
Fumaça e sonho
Ela se despe fazendo a dança macabra
Não tenho o que dizer
Não sinto pena
Doida mergulhada em esperanças alucinantes
Ela deseja que eu a abrace
A afago com ternura demasiada
Enquanto seu coração dispara forte
Enrosca-se a mim
O feto a procura de segurança da mãe
Treme
Baba
Sua
Suja
A respiração opressa
Relaxa em meus braços
Ouvindo o pulsar do meu peito
Por um instante desejei que nada fosse assim
Talvez diferente
A prece, o grito ,o anjo
Quem a salvará dela mesma?
Suas asas se abrirão milagrosamente sobre o abismo?
Não
Ela adormece cansada
Agora faço silencio
Que o sono dela dure e descanse e sonhe com a paz...
Por hora é tudo que posso fazer...


Luís Fabiano.

Um comentário:

Anônimo disse...

Que lindo este amor de vcs,apesar do vicio tu a ama com ternura, dá carinho, amor, atenção...imagino quantas não queriam estar no lugar dela, um amor tão puro e verdadeiro ao ponto de ter te inspirado esse belo texto, espero que ela saia desta vida, mas se nao for assim ao menos saberá que poderá contar com vc pra sempre. Parabéns

Adriani