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sexta-feira, maio 27, 2011



Navalhadas Curtas: Secreção

O homem pode ser atormentado por muitos demônios, internos e asquerosamente externos. A reunião começara, e meu nariz congestionado, fazia uma serenata em minha cavidade nasal, tinha uma lesma verdolenga se arrastando, pra baixo e depois pra cima, quando dava aquela fungada.

Então na fungada, a lesma catarrenta ia parar na garganta, aquele eterno impasse, engolir ou não ? Os médicos dizem que se pode engolir na boa, o corpo descarta. A bem da verdade gostaria de cuspir a aquela porra pra frente, como faço normalmente, nas ruas, nos lixos ou banheiros. Geralmente cuspo, e olho bem a textura, a composição e a cor.

As vezes me sinto orgulhoso do que sai de mim, cada um faz a arte que pode. O assunto da reunião se esfumou diante de mim, nem os decotes generosos me chamaram, já pensou se caísse uma boa porção de ranho ali dentro?

Minha real preocupação era que aquele catarro não caísse sobre a mesa? Talvez usar as costas das mãos como lenço? Estranhamente lembrei-me da minha infância, eu fazia bolinhas de cuspe em uma brincadeira inocente, agora a mesa receberia um presente?

Por fim a reunião acabou, corri para um banheiro próximo, dei a maior cuspida do mundo, como se tivesse tirado secreção da alma, porra o paraíso pode ser algo tão simples...



Luís Fabiano.


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