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sexta-feira, maio 20, 2011


Navalhadas Curtas: Entre o quinto e o sétimo inferno


No prédio que resido, a colmeia, uma gama de moradores alternativos e democráticos, como uma favela bem arrumada, de uma aparência boa, porem uma alma simplória. Gosto de todos ou de nenhum, porque amor coletivo é mais fácil e nobre que um amor exclusivo.

Ontem quando chegava em casa, cansado e com o saco arrastando no chão, dois moradores tentaram disfarçar uma boa cheirada de cocaína dentro do elevador, ainda limpavam as narinas brancas, faziam trejeitos típicos.

Lembrei-me de outra moradora que gosta de masturbar-se no vão do banheiro, gemendo para todos ouçam seu gozo, uma outra que trata a mãe como uma cadela de rua, aos gritos sendo que ela não consegue mais andar. Uma senhora maniática que acha estar sempre certa, sobre os posicionamentos das roupas no varal e outras preocupações nobres do estilo.

Eu ali preso no elevador, com aquelas duas bixinhas, que fazem festas escandalosas e jogam garrafas do sétimos antar, tive esperança que talvez um dia um deles pulasse... não vai acontecer.

Tudo isso se passou até eu chegar ao quinto andar, nem oi ou boa noite, apenas disse secamente:

-Boa viagem...

Luís Fabiano.

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