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sábado, abril 23, 2011


Gotas de minhas perversões

Ela apanha o chicote como lágrimas culpadas
Cortando o ar e rasgando a minha pele uma vez mais
Um berro inumano grotesco, rompe o silencio almas santas
A candura se quebra
Parece-me bom
Como todos os pecados tão humanos mesclam-se
A musica do amor
A mais linda sinfonia das dores
O afago do açoite
Ela se sente poderosa
Com o salto negro e suas tetas duras
Enquanto excita o poder de sua sombra
Deixo que ela me bata mais e mais
Como o narcótico viciante as avessas
Pois do fiel prazer
Ela é cativa de minha dor
Sorri bestial e inocente a beira do abismo
Desconhecendo meu macabro jogo de prazer
Enquanto meu sangue e algumas gotas de porra caem no chão
Na fronteira de meus pensamentos nebulosos
O pior destino se desenha
Dentes que se afiam, sonhando com a jugular pulsante
O vampiro sorri ocultamente
Mais uma chicotada tenta rasgar minha alma
Ela mija agora sobre minhas feridas
Enquanto beija minha boca
E quando menos espera
Salto sobre seu pescoço
Mãos ,dentes, braços suor e morte
-E agora vagabunda? Hein...?
Medo, lágrimas e surpresa
Não existe amor que faça sentir isso
Nem promessas eternas de cumplicidade fiel vagando no paraíso
Tudo desaparece engolido pelas sensações
Ela desmaia sonhando com a morte
Nunca esteve mais linda
Silenciosa e suave
Penetro-a lentamente ao som de ave-maria
O couro dos mil anjos malditos cantam hosanas
Será que ela morreu?
Não, respira ainda
Como uma manequim morta,
Enrolo seus braços no meu pescoço
Adormeço em paz mergulhado no silencio
Ao vapor do sangue, suor, medo e do amor.

Luís Fabiano.

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