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sexta-feira, março 18, 2011


Parentes, prostitutas e alguma paz


Minha relação de parentesco é terrível, não gosto de quase ninguém. Não farei uma enumeração dos eleitos e tão pouco dos desprezíveis. Mas não se preocupem com a colocação, a reciproca é a mesma. Caímos todos na mesma família, por estas desgraças naturais do destino e não há com quem brigar.

Por vezes se custa aceitar que existam pessoas desprezíveis em tua família, na verdade não faz diferença. Então vem aquela conversa sobre a historia da família, a convivência e de atos vazios e circunstanciais que no fim das contas não significa nada.

Nem tudo é tão ruim. Tivemos bons momentos, com alguns tios. O primeiro puteiro foi um tio destes que me apresentou e a meus primos também. Sorria com dentes cariados:

-É hora de virar homem, hora de comer a primeira mulher...

Naquele instante aquilo parecia assustador. Porra, o que aconteceria lá? Não que eu fosse inocente, tínhamos na faixa de dezesseis anos o mais novo. Ao colocar o pé naquela casa na primeira vez, não tive a percepção que seria a marca de minha vida ate os dias que se arrastam hoje. Que faria minha comunhão entre as putas, e ao decorrer do tempo, viria a transformar as mulheres que conheci, em minhas adoráveis putas particulares, tudo com muito amor e carinho. Sorria como um rei após cada derrota.

Aquele ambiente era lindo. Paredes velhas, descascando uma tinta gasta, mulheres andando de calcinha e sutiã para cá e para lá, uma neblina fumarenta no ar e um cheiro que misturava tudo como um bafo da vida, suor, bebidas, sucos vaginais, perfume barato.

Todos sorriam, conversavam, bebiam e pareciam felizes. Lembro que achei tudo isso muito estranho, pois a vida não era assim. Neste mesmo período a minha mãe queria que fosse ao centro espirita, fazia aulas de evangelização. No centro espirita, todos eram sérios demais, taciturnos demais, sisudos demais, ninguém ria, ninguém parecia estar feliz. Os religiosos como um todo são assim, não sorriem para agradar a um Deus que ninguém conhece.

Seja como for, os pecadores pareciam mais vivos, mais felizes e mais próximos da vida. Aos poucos o medo foi passando, tudo aquilo foi parecendo familiar. Mais familiar que alguns parentes. Meu tio era havido frequentador do local. Cumprimentava a todos, e umas mulheres viam se abraçar nele. Ele disse para nós:

-Circulem um pouco e escolham uma, hoje vocês vão inaugurar essas pirocas sujas que até hoje só serviu pra mijar!!! Há,há,há....


Saiu rindo abraçado a uma. Ficamos circulando, o lugar era magico, havia ansiedade agora era para achar uma. Não haviam beldades lá, pareciam algumas donas de casa, outras algo cansadas, talvez pelo exercício. E nada aconteci comigo. Meus primos desaparecem, haviam achado suas putas e fiquei próximo ao balcão, nesta época eu não bebia nada. A cerveja parecia asquerosa. Mas creio que se quisesse beber não haveria problema algum. Não conseguia escolher. Viria a entender isso em minha vida mais tarde.

Nunca consegui escolher nada, a vida ia dando seu curso e minhas escolhas iniciais eram alteradas e no final das contas acabavam melhores. Poderia ser qualquer uma, estava tudo bem. Quando achei que nada mais iria acontecer, e naturalmente teria de aturar o deboche de meu tio e primos, ela chegou ao meu lado. Era morena, cabelo pelos ombros, usava um bustiê negro e um calcinha branca comportada, devia ter quinze anos mais que eu e estava ótima:

-Oi, tudo bom? Disse ela.
-Oi, sim tudo bom.
-Tu pareces meio perdido, posso ajudar?
-Claro é que eu preciso escolher...
-Tu queres escolher?
-Quero, mas não sei...não sei...

Ela começou a sorrir, e não perdeu tempo.

-Olha, eu posso me oferecer? De repente tu gostas...

Achei engraçado, era primeira vez que um ser humano se oferecia a mim. Uma sensação nova e agradável e entorpecente.

-Claro...
Muito rápida, ela colocou minhas mãos sobre seus seios e disse:
-São firmes.
Depois na bunda: é gostosa...depois na vagina: é quente e muito molhada... então que tal?

Eu já estava excitado e fomos para o quarto sem mais diálogos. La dentro Shirley demonstrou ser a maior devassa da historia. Deu uma aula completa, uma mestra da foda. Foi praticamente uma mãe ensinando os primeiros passos da vida a um filho. Onde beijar, como lamber um clitóris, lentamente com movimentos circulares, como pegar as tetas, como penetra-la, anal e vaginal, aula pratica creio que a melhor que tive em minha vida. Como não ter pressa, pra nada, por fim eu gozei e foi a melhor sensação do mundo. Naquele instante não interessava onde eu estava, eu me sentia muito macho e coroado. No final de tudo, Shirley me abraçou afetuosamente e disse:

-Querido você, olha se fizer isso a qualquer mulher, tu sempre vai fazê-las felizes, faça-as felizes...

Havia um quê de ternura naquilo. Uma das maiores lições que aprendi em toda minha vida, viria a me transformar. Não tenha virado um respeitador de mulheres, porque respeito não é algo que meu forte. Mas veio a contribuir para me tornar um canalha sofisticado, como já me disseram carinhosamente.

Nunca mais vi Shirley, mas seja como for eu agradeço. Minha mente mergulhada em lembranças, como um museu vivo, se agitando nas vagas tempestuosas do momento, tantas pessoas que passaram, deixando marcas aqui e ali, marcas de uma escrita que jamais se apaga. Que bom, me sinto feliz.

Luís Fabiano.





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