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sábado, março 26, 2011



Navalhadas Curtas: Tele-inferno.


Um telefone que toca de madrugada, geralmente a linha é fornecida pelo demônio. Nunca gostei de telefones, reluto em atende-lo sempre, é uma antipatia pós tecnológica inspirada por madrugadas difíceis:

-Alo...
-Quer dizer que eu não signifiquei nada pra ti?

Eu não estava errado. O diabo não descansa nunca. Era Giani, Gigi, uma de minhas amantes, revoltadas. Revoltar mulheres, faz parte de meu aparato de canalha sofisticado. Sem isso não existe charme.

-Sim Gigi, significou, qual o drama?
-É, eu sei, sei...Eu te dispensei e tudo que disse foi OK? Tu achas isso normal? Assim, tu desliga instantaneamente... Que horrível. Que merda de homem que é, cujo  o orgulho não fica ferido?

Do lado de cá da linha, eu pensava apenas na melhor e mais rápida maneira de acabar com aquilo, talvez tivesse que feri-la um pouco, afinal o orgulho já estava ferrado. Ela queria aquele assuntinho tipicamente feminino, assunto masturbatório, que vai, volta e recomeça como se o tema tivesse recém começado, então se faz tudo de novo ad –infinitum. Porra!

-Gigi o seguinte, quando se tem sete amantes, eu disse sete amantes, não posso perder tempo com quem não me quer mais, afinal você abriu vaga...(comecei a rir).Você sabe das coisas então fique tranquila e vá dormir...
-Não posso ficar tranquila, tu não foi justo comigo, não deste a mesma atenção que destes as outras eu fui abandonada...(lagrimas)
-Não posso fazer nada, eu não dou explicações, alias esse é o nascedouro dos meus problemas com mulheres...
-Tu és um mentiroso, sete mulheres? três eu acredito, mas sete?!Quer saber vai a merda tu e essas vagabundas.

Bateu o telefone como uma bomba de Hiroshima. Esse é o amor. De volta a minha cama, voltei a dormir, já sei como isso acaba.


Luis Fabiano.

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