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segunda-feira, março 28, 2011


Lambendo o céu e
 cagando no inferno

Era de um todo brutal
Ancestral desejo
De ama-la e feri-la
A um só tempo
Vê-la sofrer até as lágrimas
E depois envolver em abraços
Como uma montanha russa
De mel e fel
Catapulta de desejos
Pinçados de nossas almas francas
A cada tapa, cuspida ou ferimento
Adentro mais adentro
Rasgando carnes
Dilacerando ilusões
Afagando sonhos
Bebendo do teu mijo, merda, sangue e carinho
Gritos e desespero
Acalentam minhas entranhas
Tudo que se quer
Ir fundo, tão fundo
Que se possa arranhar as estrelas
Ou refletir-se no orvalho
De manhas que se perdem
Em um tempo sem tempo
A mesma mão que bate sem piedade
Segura a tua
Para que os ventos bailem
Entre elas
Depois aflição outra vez
Sulcando teu peito
Com sucessivos golpes afiados
Para ver tu coração batendo e sangrando
Mistura-se tudo
A chuva dilui o sangue
Os beijos o brutal
A alma acalma o corpo

Luís Fabiano.

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