Pesquisar este blog

quarta-feira, janeiro 19, 2011



Excessos

Estava ficando tarde
Areia das horas que sepultam
O dono do bar,queria trancar as portas
Mastigava um codea de raiva, cansaço e inveja
Para os bêbados o tempo não existe
Fui convencido a ir embora
Arrastando o corpo pra fora
Sozinho e com o pau mole
Mas antes o último ato
Dei a mais longa mijada da historia
 na parede de fora
Teria me masturbado se tivesse condições
Entrei no carro
As ruas pareciam embaçadas
 Londres em seus piores momentos
Congelada em esquecimento
Assim como o abandono que me cerca
Fui acelerando lentamente
até as luzes se tornarem um borrão denso
Não estava em outra galáxia ou estava
Preocupados ?
Relaxem...
Não matei ninguém ou mesmo morri
Nem tudo na vida
 tem de terminar em desastre fatais 
A maior parte de tais coisas
não termina assim
Corri para entrar na vida
ou sair dela
Fui ao encontro da luz
a saída do útero
boca da vagina sorrindo vertical
que tanto gosto
Cheguei em segurança de uma noite
 e mil e uma
Tantas bebidas
Tantas horas
um cansaço perene
Não perco a consciência
E infelizmente, sei que estarei normal amanha
Pode existir algo mais deplorável, que o normal?
As contas estarão nos mesmos lugares
As vagabundas que amo também
O pó sobre os livros que ainda não li
E o mar esperará um novo mergulho
O velocímetro estará no zero
A vida é assim
Sempre pronta a receber-te, será que você a quer?

Luís Fabiano

Nenhum comentário: