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sexta-feira, dezembro 24, 2010

Natal do lixo


Vendo o noticiário de hoje, a véspera de natal, não tem como não refletir. Um dia dedicado a notícias leves, suaves e doces como o papai Noel imaginado. O jornalista falava efusivo e repleto de felicidade aparente:
-Este é o natal dos shopping centers, pessoas comprando presentes, todos os anos é a mesma coisa, essa felicidade cheia de muita comida, muita bebida e presentes. Esse é o "espirito de natal",  na verdade é isso que importa.
Faz entrevistas falando exatamente isso, para engrossar a matéria. Tudo certo, fica bonito.
Não preciso dizer que fiquei nauseado. Aquela notícia parecia a coisa mais cretina que estava ouvindo. Porem não briguei comigo mesmo, pensei: Fabiano, não seja tão filho da puta, essa coisa é normal, as pessoas procuram felicidades que podem alcançar. E o presente está a mão, amor já não é bem assim. Entre no espirito natalino. Relaxei, deixei aquela merda de canal pra trás.
No banheiro, Carmem tomava banho, tivéramos uma boa noite. Ela roncou muito e parecia feliz cantando uma musica no chuveiro. Me dissera antes de ir pro chuveiro: Uma boa foda, deixa uma mulher nas nuvens, esse é meu presente de natal.
Sorri, a foda nem foi tão boa. Mas pra que tem carências abissais, um aceno é uma gozada. E ela tinha mais solidão que um iceberg. Creio eu, que quanto mais idade, mais carências. A noite foi boa e isso que importava afinal.
No inicio eu falhei, tentei trepar, mas havia bebida de demais e ai a jeba não se ergueu.Realmente não me importei, minha língua funciona bem. Não quero me vangloriar, mas elas sempre gozam na minha boca. Me chamado de cachorro, de puto e outras merdas. Isso me agrada muito. Ela gozou três vezes, e fomos dormir. Pudesse ser a vida assim, tão simples.
Na verdade estou com uma firme ideia, que na real, não existe simplicidade. Tudo é meramente aparente. Quando você mergulha dentro de um ser humano, somem simplicidades, e o que se percebe é um mar de pequenos e grandes conflitos camuflados.
Mas a vida deveria ser uma foto. Clique aquele instante e seja feliz. Se apegue ao melhor.Ainda que este melhor seja feito de cascalho bruto, é sua riqueza. Na tevê brilhava papai Noel. Carmem termina de banhar-se, fica tão limpa e perfumada. Queria tirar o cheiro de nossas porras misturadas. Eu gosto de tal cheiro, por mim não tiraria. Enfio dois dedos em sua xoxota sugo, enfio em sua boca. Gosto disso. Ela tem nojo.
Tomei um banho, tentei voltar a civilização. Pego meu carro e volto pra casa. Não iria pensar no natal, no espirito de natal e nada disso. Realmente não me importo. Talvez quando eu tiver mais idade, talvez eu fique mais sensível, mais aberto e tais momentos tenham algum significado.
Chego em casa e decido dar uma caminhada. Respirar o ar abafado das ruas. Fico lembrando de apresentador falando do Natal farto, que em tese é o natal de todos. Atravesso a rua, e na parte lateral esquerda de fronte ao meu prédio tem um lixão.
Ali acotovelavam-se e pessoas, disputado lixo. Parei para olhar a cena plástica. Não serei cínico desta vez. Elas pegavam velhos enfeites de natal, colocavam sobre si, como se fossem árvores de natal vivas.
Disputavam bolas de natal quebradas, um pinheiro semí-destruído e quinquilharias. Brigavam pelos pedaços de nada. Aquele é o natal da maioria das pessoas que não conhecemos. O apresentator filho da puta deveria ver aquilo. Mas ele não entenderia, eu mesmo não entendo bem e nenhum de nós quer entender.
Hoje terei um peru pra comer, muita comida e muitos abraços, e quando tudo isso estiver acontecendo, eu não lembrarei de Jesus, nem do lixão e nem das merdas que acompanham este mundo.
Assim seja.


Luis Fabiano.

Um comentário:

Dóris disse...

Que seja assim...esqueça de tudo, dos lixões, das merdas que acompanham o mundo, e também de Jesus. O mundo só será melhor, quando todas as pessoas fecharem os "olhos" para o que realmente acontece todos os dias.

A PAZ é bem vinda quando esquecemos...


Rs rs rs...mas te desejo um Feliz Natal junto aos teus.

Abraço cheio de PAZ.