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quinta-feira, dezembro 30, 2010

Foda-se 2010



Foda-se 2010

Não gosto de dramas finais
Repletos de lágrimas e ranho
O ano termina
Não tenho o que reclamar
Foi igual 
Como sempre é igual
Embora não sendo igual

Agora eles veem novamente
Com a baboseira de ano novo, vida nova
Enfiam isso pra dentro de seu rabo
E você acredita
Porem nada é como é
O novo não nasce de um numero a mais
É gestado nas entranhas do velho

A grande diferença
Quando o novo surge, o velho morre
E como uma sinfonia maldita,
Os gritos da morte
Mesclam-se aos gritos do recém-nascido
Dor e vida
Lagrimas e risos
Não há milagre algum
Se você não for seu próprio milagre

O sol nasce todos os dias
E deveria ser um milagre
Mas como os anos que se passam
Quadros emoldurados na parede
Seu brilho já não mais é importante
Oxidam pensamentos
A cada champanhe aberta

Enterramos nossos cadáveres
Asfixiamos outras emoções
Berramos esperanças como desesperados
Mas no fundo sabemos
O que bate em nossos corações
Não brindo a nada...
Quando acordei hoje pela manhã... eu já era novo.

Luís Fabiano.

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