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quarta-feira, dezembro 01, 2010


Cagada de prazer.


Dias atrás descobri que minha vizinha do andar de baixo, uma coroa jeitão de moralista, cabelos grisalhos, crente e outras coisas, gosta de se masturbar no banheiro. Começo a achar que estou morando no prédio certo. Coisas tem se revelado. A cada dia os moradores vem mostrando o nível real. Gosto do ser humano, suas aspirações sublimes, e sua podridão natural.
As pessoas vão se desnudando pouco a pouco, o dia a dia vai nos arrancando uma espécie de carapaça, feita de aparência virtual, muito limpa e bem acabada. Gosto disso. E o que vai ficando, entre tantas emoções, é uma espécie de borra, um resíduo, onde todos ficamos chafurdando, e não saímos jamais. Se você tem duvida, pergunte ao seu psiquiatra.
Tudo aconteceu sem querer, como gosto. Fui no banheiro dar uma suculenta cagada. Estava só como sempre. Deixei a porta aberta, não gosto de portas fechadas. É preciso compartilhar tudo.
Então começo a escutar uns gemidos baixos. Eram duas e meia da manha. Uma respiração feminina, ofegante. Gostei de ouvir aquela musica, feita de prazer solitário. Realmente não sei se ela fez de proposito. Talvez quisesse ser ouvida, queria compartilhar aquele momento com alguém. Como uma fome de carinho aleatório, de qualquer um. Terminei de cagar, não puxei a agua para não espanta-la. Grudei meu ouvido na janela aberta do banheiro. Escuta-la assim me deixou completamente excitado, doidão mesmo. Não tive duvidas. A acompanhei em uma lenta e gostosa punheta, bem molhada, dei uma boa cuspida na mão pra resvalar mais.
Ela agora gemia mais alto e mesmo sendo uma coroa, agora me parecia linda. Ficamos naquilo uns dez minutos, depois gozamos juntos. Coloquei um bom jato de porra pela janela. Ela parecia extenuada, foi fantástico.
Depois, apagou a luz do banheiro, e foi deitar imagino. Olhei para o vaso, a merda ainda estava ali boiando, deia descarga e fui deitar. Fiquei com aquilo na cabeça. Talvez ela não imaginasse o prazer que havia me dado. Transamos sem mesmo nunca trocar uma ideia. Separados mas unidos. A bem da verdade, eu não gosto dela. Porem nem tudo esta perdido. No meu entender, ela possui peitos melhores que sua alma. Então tudo bem, isso basta.
Algo precisa redimir o ser humano. Ás vezes é difícil achar o ponto. Ficamos envolvidos demais com nossas dores, medos e ansiedades, esquecemos o resto. Vamos trancafiando coisas em nós, enchendo-nos de proteção de um mundo louco. Com muita proteção fica difícil viver. Sem se expor um pouco, nada é.
No outro dia, a encontrei no elevador. A cumprimentei de forma quase solene. Não sei, mas ela parecia mais tranquila, com os peitos pulando pra fora do sutiã. Falamos besteiras de elevador, o tempo... o calor... essas coisas.
Chego a conclusão que o ser humano de perto é muito fútil. De longe é sempre melhor, e calado melhor ainda.

Luís Fabiano.





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