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quarta-feira, outubro 27, 2010

Alma emprestada

Tudo parecia tão horrível
Debrucei-me na cama
Nudez e luz
Ela andava no quarto, de um lado para outro
Juntando roupas
Nossas pétalas no chão imundo
Fealdade pura 
Seu sorriso não era melhor que sua bunda
Olhos não tinham o brilho das estrelas
O corpo não era a sinfonia de Beethoven
Coração infinitamente mais duro que meu pau
Ainda assim eu estava lá
Arrastado por estas forças imponderáveis
Que insistem sempre
Desejo, fome, saciedade
Depois da gozada
Ela já não era mais a mesma
Talvez nunca tenha sido
A realidade sem os desejos
que lhe emprestam a alma e vida
É uma merda
Por vezes detesto isso
Ver a deusa reduzida a um brinquedo esquecido
E talvez o pior
Saber que ela jamais teve luz própria
Terrível
Por favor me tragam outra cerveja.

Luís Fabiano.

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