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quinta-feira, julho 08, 2010


Mira errante.

Já vi objetos voadores.
Todos identificados.
Todos em minha direção,
Todos querendo atingir minha alma.
Alguns querendo me matar.
Arrancar pedaços do que não se arranca.
Voavam com graça
Mas sem estillo.
Para reparar a dor instantânea
Curativo imediato.
Eram armas de egos machucados.
De dores que se perdem
De flores que murcham.
De sentimentos que encontraram seu fim.
Dor,
desespero e insanidade se misturam.
Vi tantas coisas voarem.
Algumas,me atingiram
outras voaram apenas.
Uma vez me atiraram um copo de cristal
Espatifou na parede fria.
Outra vez atiraram meus livros,
Pobres caíram no chão,
sujos e imerecidos.
São melhores que eu,
sofreram por mim.
Outra vez, atiraram minhas roupas,
Uma chuva colorida, de calças,
Camisas, sapatos e camisetas.
Uma vez, atiraram uma cueca molhada,
Esquecida de um banho final,
recolhi a coitada
Suja de areia.
Lavei-a
tornei a usar como nunca tivesse sofrido nada.
Roupas não guardam sentimentos.
Lava-se sangue,
urina e merda.
E tudo fica novo em folha
Com sua beleza natural.
Amo ser assim.
Amo minha doença
Amo estar longe,
Amo estar bêbado como agora.
Amo o que o mundo detesta.

Luís Fabiano.

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