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quinta-feira, julho 22, 2010


Carinhos e unhas afiadas.

Não gosto de carinhos formais.
Passivos como trilhos de um trem.
Gosto de beijos que sangram
Lambidas ácidas.
Olhares ferinos
Gosto que mordam meus lábios.
Que apertem o corpo.
De pressionar bicos duros.
Passar unhas
Com raiva, prazer e dor.
Gosto.
Das marcas, os mapas de amor
Trilhas de loucura.
De almas bestiais.
Então ela liga de madrugada.
Está bêbada, drogada, feliz e excitada:
-Oi meu cachorro amado...
Vou ás nuvens.
Nada de meu amorzinho,
de saudadinha besta...não.
Aquilo me soa como um carinho
Sinto-me excitado.
Ficamos no telefone, num
Jogo de esconde-esconde.
Ela sabe, eu também.
Me chama, me quer.
-Canalha...vem pra dentro de mim...
-Tu não presta, e eu te amo...
-És o pior...o melhor, vem pra dentro de mim...
-Escorrega pra mim...
-Nasce ao contrário em mim...
Ela fala tanto, tem um repertório variado
Diz me que ama.
Sorrio, sei que ela tem o dom.
Diz e faz estas coisas com graça
Ficamos assim.
Ela desliga o telefone, dizendo que vai
Masturbar-se, dedicar o gozo pra mim.
-Ok - respondo.
-Beijos amor.
-Cuide-se garota.
Desligamos, fico me sentido bem
Como um cavalo que goza,
um touro satisfeito.
Ainda tenho em minhas costas,
As marcas dela.
Tanta fúria e graciosidade juntas.
Acho que isso que gosto nela.
O que ela tem pior e o seu melhor.

Luís Fabiano.

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