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sexta-feira, março 19, 2010


Navalhadas Curtas: Corpo de puta, alma doente.

Dizem que o habito não faz o monge. Pode até não fazer, mas engana bem, no mundo que vivemos isso é suficiente.Não é preciso muita verdade, basta parecer verdade.
Tenho pensamentos ordinários toda vez que vejo minha vizinha.
Ela tem todo o perfil de prostituta, o que me agrada muito. Mas não é. Todos os achaques, a roupa, a maquiagem pesada, o palavreado chulo, o jeito escandaloso de gritar pela janela e claro os comentários fofoqueiros das velhas puritanas de meu prédio.Não gosto de puritanas,elas foram,são ou serão futuras putas.
Porem era só, aparência.
Nunca vejo ninguém com ela, senta-se a pracinha do prédio, toma chimarrão sozinha e fuma vários cigarros. Olhei-a bem. Tem um bom corpo, seios grandes, tem por volta de trinta e trinta e cinco anos, cabelos negros, compridos, é bonita.
Um dia nos encontramos no elevador, me cumprimentou, elogiou o meu perfume. Agradeci apenas, não fiz um olhar feroz para seu decote generoso. Não sei, ela não me soava nada, nem tão pouco parecia o que falavam dela. Se era puta, era paraguaia.
Ás vezes percebo o interior das pessoas, ela me parecia triste com um sorriso lindo, plastificado. Talvez eu estivesse enganado, afinal existem putas que não parecem putas, são esposas, tristezas que não são e amores que parecem ser. Esqueci a vizinha de nome ignorado para mim.
Ontem encontrei as velhas fofoqueiras de meu prédio, estavam afiando a língua, afinal a vizinha estava doente e fora hospitalizada, a mãe viera pegar algumas coisas no apartamento, dizia que estava em depressão profunda, que tentara matar-se...afinal nada é o que é.

Luis Fabiano.

Um comentário:

Dóris disse...

Por mais que observamos as coisas e pessoas, nunca veremos o que verdadeiramente é.....sempre faremos suposições, e muitos creêm no que imaginam, sempre erroneamente.

Toda PAZ para ti.
Abraço