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quinta-feira, março 11, 2010


Navalhadas Curtas: Amor e uma escarrada.

Tenho sempre o privilégio de ver coisas inusitadas nas ruas de nossa cidade. Eu gosto, como sempre ando observando as pessoas, ganho gratuitamente historias reais. É como gozar espontaneamente , quando você vê,ejaculou,opa...
A discussão estava acirrada na praça central. Entre as putas que ali ficam, exercendo seu oficio com dignidade e o chafariz, com as nereidas recém retocadas.Todos testemunhas. Estava aquele elegante casal, literalmente entre tapas e beijos.Eu ia passar batido por isso, mas não. Sentei-me em um banco da praça, fiquei curtindo o teatro ao vivo da vida real.
-Filho da puta, tinha que ser com ela...
-Mas não é verdade, tu ta loca tchê...
-Loca o caralho, posso ser corna mas não burra...
-É claro que tu é burra...chata...e loca...
Ela o empurra para longe, tenta ao menos, segue discutindo, batendo boca literalmente, dizendo uma merda engatilhada a outra, sua maneira de dizer o quanto doía-lhe os chifres.Uma corna fiasquenta, detesto este tipo.
-Tu não aparece lá em casa, vou jogar tuas merdas no lixo, filho da puta...
-Tu não é loca...
-Sou sim, vais ver...some da minha vida...vai ficar com aquela vagabunda...que tu merece.
Tinha lágrimas nos olhos dela. Raiva, amor, frustração e ego ferido, tudo junto.Drama humano de sempre.
Ele tenta abraçá-la, mas ela escapa, vira-se e cospe na sua cara, cuspe melequento vindo das entranhas da alma. Vai embora batendo salto, parecia querer quebrar o chão com os pés.
Ele a vê afastando-se, seca a cara com as mãos e toma outra direção.
Muito bom.

Luís Fabiano.

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