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domingo, janeiro 03, 2010


Ano Novo, problemas velhos.

Apagaram-se os fogos de artifício, tudo se torna treva novamente.Não é pessimismo,é assim.Natural e esperado.Não existe milagre algum, nem magia.Tudo continua sendo exatamente o que é.
Quando muda algo,é porque nós estamos diferentes.
Não pense que estou pessimista. O contrario. Apenas verdade, nua, nada mais. Entendo as mentiras que contamos para nós mesmos, para tentar ser um pouco feliz.Tudo é valido.
Foi assim que Jane e Fabio começaram o ano novo. Mandando 2010 se fuder!
Sinceramente, encontrar Fabio na praia entre cinqüenta e cinco mil pessoas ! Queixas e mais queixas.
Pareciam felizes. Jane sempre foi chata, lembro bem dela. Excessivamente moralista. Ela não gostava de mim, eu a entendia,a final era tudo aquilo que não combinava com seu mundo perfeito.Ela tinha algumas qualidades, a que mais me lembro são os peitos, grande.
Tenho asco de pessoas tão “escrupulosas”. Fabio era o contrario, mais leve, falava besteiras e gostava de uma gelada.
E ainda sim o amor os uniu. Acho fantástico isso. Eram brigas cotidianas. Mas tudo ficava mais ou menos bem a noite.Até o dia que não ficou. Tudo era motivo, Jane reclamava muito. Mas percebemos quando uma relação começa acabar,duas coisas começam a acontecer. Os diálogos começam a ficar escassos, e o sexo não acontece mais. Já vi isso dezenas de vezes.Aprendi.
Naquela manhã de ano novo, já faziam trinta dias que não tinham um encontro intimo. Péssimo sinal. Fabio estava com nojo de Jane. Estava ficando horrível com o tempo. Gorda demais, cabelo sem cuidados, as unhas abandonadas, e as roupas que não combinavam.E as lingeries?Horríveis, calcinhas que mais lembravam fraudas.O tesão já era.
O amor suporta tudo isso?
Não sei.Comigo não, mas Fabio era paciencioso.Nada disso importunava a vida de Fabio.Mas as discussões, os desgastes de toda sorte, tais coisas ganham importância.
Ano novo?
Que jeito. Sentia-se enclausurado, mas naquela manha teria um fim. Acordou, olhou-a demoradamente. Analisava suas defeituosas curvas. Pensava com maldade, aqueles defeitos refletiam as falhas de sua personalidade. Era horrível, merecia ficar só. Jane dormia profundamente, roncava.
Foi acordando lentamente, quando abriu os olhos e se deparou com Fabio a observando. Houve um longo silencio apenas olhos conversavam. Muito cansados. Nem piedade, nem amor, nem raiva, nada, apenas uma tristeza repleta de frustração.
Talvez isso fosse o pior. Não ficou nada. As pessoas lutas justamente com essas coisas, burrice e emoções perdidas.
Fabio levanta-se, junta suas coisas, vai embora, sem dizer uma única palavra.
Na saída, diz apenas:
-Feliz ano novo, Jane.

A paz as vezes é uma perda da mesma.
Luis Fabiano

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