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quarta-feira, agosto 26, 2009

Um amor que calça 44?


Talvez isso seja uma das facetas, talvez mais verdadeiras do amor, talvez em um contexto de coisas idealizadas e repleta de romance onde os belos, os perfeitos e os mais destacados por seu design físico, talvez também pela “nobreza” rarefeita de suas virtudes, tudo bem, eu entendo e respeito, por vezes o amor por alguém é capaz de nos levar a tais apreciações repletas de perfeição, é claro que é um mundo ilusório, a cara de tudo que ambicionamos em termos emocionais, mas que de uma forma ou de outra amadurecemos, e com o decorrer da vida posso dizer, tornei-me homem pouquíssima fé na humanidade e no homem em si!
Mas a verdade é que os feios também amam, sim eu você e outros tantos, um viva aos feios, horrorosos e imperfeitos, sim nós amamos, faço aqui uma colocação que para mim soa como uma bizarrice esdrúxula, até eu já amei, algumas vezes...afinal a bela e fera não é simplesmente um conto de fadas! Pense nisso.
Mas o que torna a vida talvez interessante seja a experiência em si, e neste aspecto as diferenças são coisas que se complementam, mesmo contrariando a regrinha que inventamos como um padrão de “normalidade” para ser feliz, lamentavelmente não existem regras prontas pra felicidade, esta é uma estrada erma perdida nas entranhas do teu ser, se você não achar ali, não achara em nada ou ninguém.
Tudo isso ilustra um caso interessante onde as vezes o “amor” fica condicionado a situações pra lá de estranhas e primitivas(não soa tão belo um amor animal?), e expõe a bizarrice profunda, o ente humano é capaz mesmo nos momentos de mais sublimidade amorosa, repito os feios também amam, embora não pareça!
Josenaldo (o nome adveio de uma briga de sua mãe com seu pai, logo não é um nome, é um palavrão...) e ele cresceu mas não cresceu muito, tornou-se um homem baixo mais ou menos um e cinqüenta de altura e com voz grave de locutor de corrida de cavalo, isso lhe era um charme a mais, porem, e tudo na vida tem um porem, Josenaldo queria para que sua felicidade fosse completa e para si,  perfeita a mulher ideal teria que ser alta, alias muito mais alta, queria ele que ela tivesse um detalhe anatômico que para ele tinha importância inquestionável, imutável, e ao contrario dos homens “normais”, Josenaldo queria que sua amada tivesse um pé imenso! Enorme mesmo.
Sonhava com aquele pé gigante acariciando a sua orelha nas noites de prazer e felicidade, em seus devaneios eróticos, pensava no sessenta e nove com aquela mulher imensa,ele beijando aquele pé que assombraria até o demônio, sim, seus desejos de amor está anexados a beijar aquele verdadeiro par de esquis, tudo que Josenaldo queria era isso, uma mulher grande outras qualidade estavam sendo desprezadas ao menos neste momento, logicamente que não preciso dizer que Josenaldo não era um príncipe encantando, estava mais para mendigo desprezado.
E como um dia destes desprezíveis de todo dia, Josenaldo viu a luz encontrar sua vida, sim achou a amada de seu coração, sim foi amor ao primeiro pé, quando Josenaldo viu aquele longos dedos daquele pé quarenta e quatro, ficou encantando, e como uma reciprocidade universal, Gilda viu naquele pequeno homem, o seu grande amor, então a natureza não é misteriosa?
E como se realmente o chinelo houvesse encontrado o seu pé de destino,e as vezes o final é feliz, embora nem sempre é tão bonito.

Paz profunda a todos.
Fabiano.

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