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terça-feira, maio 26, 2009

A voz e o silêncio

Sempre gostei de um dia, era uma vez, contos da carochinha mas historias, boas ou ruins mas historias,elas sempre dão a dimensão do entendimento alheio.
Uma vez nestes dias de tempo sem tempo, a voz e o silencio esbarraram um no outro, a e voz foi logo pedindo desculpas pois, vinha apressada, corria para todos os lados afim de chegar, a voz contou os últimos acontecimentos de sua vida, de tantos problemas que lhe atormentavam a vida, a voz sentia-se a vontade, como se tivesse em um divã,em dado momento a voz nada mais tinha a dizer, então deu-se conta de si mesma e o silencio não havia dito absoltamente nada!
Estranhamente a voz sentiu-se ofendida, como podia, ela estava ali atuando e explicando coisas de toda a sua vida, seus problemas, seus afazeres, e o silencio nada, eram apenas dois olhos com um brilho diamantino na quietude. Aquela voz então, agora vociferava impropérios, na ânsia de ferir o silencio, puni-lo por sua indiferença e egoísmo, então a voz disse todas as ofensas que lembrou-se, gastando uma energia imensa nesse ato ficando exaurida e claro rouca.
Hora feliz e surpresa, depois ofendida e por fim cansada e rouca a voz, não sabia o que mais dizer, agora caíra em si e com isso um arrependimento vinha assaltá-la, como a dizer em linguagem inexpressa o que em meio a sua logorréia desmesurada, perdera-se , e aqueles olhos?Aqueles olhos...
Então agora a voz ainda articulou pedidos de desculpas, dizeres de lamento, numa tentativa de fazer parar a dor de sua consciência, agora falava baixo e tranqüilo com humildade, a rouquidão ficou mais intensa a tal pondo que a voz foi desaparecendo e tudo foi ficando apenas silencio, no silencio tudo ficou imenso e preenchido.
Agora a voz feita de silêncio, pode ver que seus olhos estavam brilhando, mas nada mais havia a ser dito, abraçada pelo silencio a voz se fez,

A Voz do Silêncio.

Paz sempre.
Luis Fabiano.